Vítor Narciso, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), informou o AbrilAbril de que a greve está a ter «uma forte adesão», e que estão a dirigir-se para Lisboa «cerca de 25 autocarros com trabalhadores de todo o País», que se juntam aos da capital, para uma concentração convocada para as 13h30 nas Picoas, junto à sede da empresa. Daí seguem depois em desfile até à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa.
Em causa está a intenção de despedimento massivo de trabalhadores, que estão neste momento a ser transferidos para outras empresas, com perda de direitos, e que mais tarde podem vir a ser despedidos ou retransmitidos pela nova empresa.
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, que esteve presente no arranque da greve, junto à sede em Lisboa, afirmou, em declarações à imprensa, que se trata de um «despedimento encapotado», e que a Altice é um «grupo económico com uma história muito triste», que «tem uma malapata com a lei».
O dirigente da Intersindical lembrou que, «em cerca de dois anos de presença em Portugal, a Altice já pagou coimas superiores a 110 mil euros à Autoridade para as Condições do Trabalho» e que em França já pagou vários milhões, acrescentando que «o Governo tem que intervir».
A 30 de Junho foi tornado público que a PT Portugal iria transferir 118 trabalhadores para empresas do grupo Altice – Tnord e a Sudtel – e ainda para a Visabeira, utilizando a figura de transmissão de estabelecimento, cujo processo estará concluído até ao final do mês.
Antes, no início de Junho, a operadora, comprada pelo grupo francês Altice há dois anos, tinha anunciado a transferência de 37 trabalhadores da área da informática da PT Portugal para a Winprovit. Também existem cerca de duas centenas de trabalhadores da operadora que neste momento se encontram sem funções na empresa.
Na sexta-feira passada, a francesa Altice anunciou ter chegado a acordo com a Prisa para a compra da Media Capital, grupo avaliado em 440 milhões de euros. Ficou assim a controlar um dos principais operadores de televisão por cabo (a MEO), a rede de TDT, o canal de televisão com maior audiência (a TVI) e uma das principais produtoras de conteúdos audiovisuais portuguesas (a Plural), passando a deter toda uma cadeia no sector da televisão, envolvendo a produção, emissão e distribuição.
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