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Greve ao trabalho suplementar na EDP prolongada até final de Janeiro

A valorização das carreiras profissionais e da antiguidade e a reposição da «justiça laboral» são as reivindicações que levaram a Fiequimetal a prolongar a greve ao trabalho suplementar no grupo EDP. 

Créditos / Portugal Digital

A paralisação iniciada no passado dia 1 de Dezembro (até 1 de Janeiro), nas empresas do grupo EDP, será prolongada entre 2 e 31 de Janeiro porque, revela a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN) num comunicado, «na reunião de negociação, dia 13, os representantes da administração voltaram a não apresentar propostas relativamente às reivindicações que estão colocadas», designadamente a atribuição da remuneração por antiguidade a todos os trabalhadores que a não recebem.

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EDP: a «indignação» vale sempre a pena

A revolta dos trabalhadores da EDP, que convocaram uma greve às horas extra em Dezembro, já levou a administração da empresa a pedir uma reunião aos sindicatos «para debater os problemas que por ela foram criados».

Trabalhadores da EDP, e ao serviço da empresa, exigem o aumento dos salários e a valorização das carreiras. Lisboa, 6 de Abril de 2020 
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

A soberba da administração da EDP esbarrou na determinação e coragem dos seus trabalhadores. Depois de se recusarem «a fazer justiça», valorizando em termos salariais a dedicação e experiência de quem todos os dias dá a cara pela empresa, confiantes de que os trabalhadores nada fariam, a EDP vê-se a braços com a convocação de uma greve a todas as horas extra no mês de Dezembro.

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Todos os caminhos vão dar à luta na EDP

Em vésperas da reunião plenária, adiada para amanhã, a administração da empresa ainda não cumpriu a sua promessa de entregar antecipadamente as suas proposta. «Só com a luta se poderá forçar a administração a ceder».

Foto de Arquivo: Trabalhadores concentrados junto à sede da EDP
Créditos / Fiequimetal

Após o adiamento em quase um mês da reunião plenária agendada para 19 de Abril, a administração da EDP volta a falhar com os seus compromissos ao não apresentar qualquer proposta concreta até à reunião de 17 de Maio, agendada pelos próprios. «Para piorar a situação, surgem novas ameaças aos trabalhadores e reformados» a que o patronato não dá resposta.

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Fiequimetal propõe «resposta firme» à EDP no dia 12

A administração da EDP, «empresa com milhares de milhões de euros de lucros acumulados nos últimos anos», não mostra vontade de valorizar as carreiras profissionais, denuncia a federação sindical.

Trabalhadores do Grupo EDP na manifestação nacional de 18 de Março, que juntou muitos milhares de trabalhadores em Lisboa, convocada pela CGTP-IN 
Créditos / Fiequimetal

Por entender que a administração precisa de uma «resposta firme», a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN) decidiu propor aos trabalhadores das empresas do Grupo EDP a realização de uma jornada de luta no dia 12 deste mês, com greve e concentração, às 11h, junto da sede, onde nesse dia se realiza uma assembleia de accionistas.

«Não podemos continuar à espera da vontade fictícia de melhoria da nossa condição de vida enquanto trabalhadores», destacou a Comissão Intersindical da Fiequimetal (em que se incluem SIESI, SITE CSRA, SITE Centro-Norte e SITE Norte), ao divulgar a decisão aos trabalhadores.

Na primeira reunião sobre as matérias pendentes (após a parte patronal ter dado por encerrada a negociação salarial para 2023), a Comissão Negociadora da Fiequimetal relembrou que a sua proposta concreta de progressões nas carreiras foi entregue à administração já em 2021.

«Seria expectável que a administração da EDP já tivesse uma contraproposta para apresentar, passados praticamente dois anos», afirma comissão intersindical no documento aos trabalhadores.

«Em vez disso, a administração resolveu acrescentar novas matérias, numa tentativa de negociar» aquilo que está plasmado no Acordo Colectivo de Trabalho (ACT), mas não está a ser cumprido, nomeadamente sobre reformas e pré-reformas.

A administração já tinha convocado uma reunião de comissão paritária, onde – denunciam os sindicatos da Fiequimetal – «não fez mais do que bater o pé», tentando forçar que fosse aceite a sua interpretação desta matéria. Acabou por propor a negociação, em vez de respeitar o ACT que negociou, explicam.

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Comprova-se aquilo para o qual a Comissão Intersindical da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN) na EDP (em que se participam os sindicatos SIESI, SITE CSRA, SITE Centro-Norte e SITE Norte): «só através da luta será possível forçar a administração a ceder». 

«As carreiras devem ser encurtadas no tempo e as progressões devem ser mais rápidas, por forma a valorizar e motivar os trabalhadores, e também para reter o conhecimento na empresa», defende a Fiequimetal.

De igual forma, os sindicatos consideram indispensável abordar, durante as negociações, o tema das pré-reformas e reformas. «A idade normal ou legal de reforma é a que é decretada pelo Governo e tudo o resto são antecipações, penalizadas ou não, mas sempre facultativas», como tal, «a administração da EDP não pode forçar os trabalhadores a reformarem-se mais cedo».

Esta postura negocial está em total contradição com a imagem de top employer que a administração «tanto apregoa». As organizações que compõe a comissão intersindical renovam ainda o apelo para que os trabalhadores das empresas do Grupo EDP «subscrevam o abaixo-assinado pela redução do tempo de progressão e pela valorização das carreiras na empresa».

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O resultado não tardou em se fazer notar: a administração da EDP já endereçou um pedido de nova reunião à comissão sindical da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN) «para debater os problemas que por ela foram criados».

Durante a reunião mediada pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT, Ministério do Trabalho), a Fiequimetal «recusou terminantemente adiar a luta e não deu acordo aos serviços mínimos pretendidos pela administração. A definição dos serviços mínimos ficou, assim, a cargo do Ministério».

Este é o momento certo para «valorizar as carreiras e os salários dos trabalhadores das empresas do Grupo EDP», defende a federação sindical, realçando o facto de «que não há conquista de direitos sem a força reivindicativa de quem trabalha».

A federação e os seus sindicatos (SIESI, SITE CSRA, SITE Centro-Norte e SITE Norte, filiados na CGTP) apelam a que todos os trabalhadores «se unam em torno da defesa do que é seu por direito», participando em massa nos plenários que se vão realizar nos próximos dias, fazendo ouvir a sua voz.

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No entender da Comissão Negociadora Sindical da Fiequimetal, lê-se na nota, «isto comprovou como a administração, de reunião em reunião, vai demonstrando o seu incómodo com o tema da valorização profissional dos trabalhadores». 

Os sindicatos exigem a valorização das carreiras profissionais e da antiguidade e a «reposição da justiça laboral», e acusam a administração de «insistir em que se trate da tabela salarial» sem assumir «as suas responsabilidades no problema das admissões recentes em BR (bases remuneratórias) superiores às de trabalhadores com mais anos de experiência, mas que têm tido as suas carreiras estagnadas».

«A administração não pode vir agora, à pressa, agitar a tabela salarial (propondo valor de aumento somente à BR2, deixando as restantes em incógnita) e o protocolo de carreiras, para recusar a exigência dos trabalhadores», critica a Fiequimetal.

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