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EDP. Proposta da administração «não traz benefícios aos trabalhadores»

A Fiequimetal admite que a proposta da energética «deixa uma grande parte da carreira dependente de um hipotético acto de gestão muito pouco transparente». 

Créditos / Portugal Digital

A Comissão Negociadora Sindical da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN) afirma num comunicado que os trabalhadores «não se devem iludir com as propostas da administração da EDP». Em causa estão matérias como a progressão na carreira, reformas e pré-reformas e avaliação de desempenho.

A estrutura sindical refere que a proposta da empresa, que em 2022 obteve lucros de 679 milhões de euros, «não traz benefícios aos trabalhadores», já que «deixa uma grande parte da carreira dependente de um hipotético acto de gestão muito pouco transparente», tendo por isso exortado a administração, na reunião de 12 de Julho, a alterar as propostas enviadas. 

«Quanto a reformas e pré-reformas, a administração informou que espera uma prevista alteração legislativa, para então apresentar uma nova proposta», situação que, lê-se na nota, «coloca aos trabalhadores a necessidade de lutarem pela exigência de cumprimento» do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT).

Acrescenta que, para 185 trabalhadores com condições para passarem à reforma em Março do próximo ano, a administração prevê pagamento de incentivos, sujeitos a IRS, ou seja, «está a retirar o direito à pré-reforma consignado no ACT e a impedir que o trabalhador venha a usufruir das majorações previstas pelo Estado para as longas carreiras contributivas».

A comissão negociadora denuncia ainda que, numa apresentação feita pelos recursos humanos sobre a avaliação «holística» de desempenho relativa a 2022, «verificou-se que (após as reclamações que a Fiequimetal e os sindicatos aconselharam a fazer) houve apenas 104 negativas, em mais de 4300 trabalhadores», numa avaliação para a qual, revela, o contributo individual só conta 25%.

«Sobre as apregoadas 353 promoções, por acto de gestão, verifica-se que 77 por cento delas beneficiaram quadros superiores, enquanto os operacionais e administrativos se ficaram por uns míseros 23 por cento», critica, sublinhando ser «demonstrativo do nível da transparência destes métodos de acto de gestão». A próxima reunião está agendada para 20 de Setembro.

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