A confirmar-se o encerramento desta refinaria, tal constituirá um grave atentado aos interesses nacionais, pois anulará importantes activos industriais, que beneficiaram inclusivamente de investimentos recentes com recurso a apoios públicos, atirando para o desemprego centenas de trabalhadores industriais qualificados.
Em declarações à Lusa, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Galp disse que vai contestar a decisão da empresa de concentrar a refinação em Sines e descontinuar a operação em Matosinhos, e pedir novamente a intervenção do Governo.
«A nossa intenção é contrariar. Vamos discutir. Vamos reunir com os sindicatos e convocar o Governo, como temos feito desde 24 de Abril. Alertámos, desde essa altura, o Governo e o Presidente da República para as consequências que a distribuição de dividendos iria ter num contexto de pandemia. Não tivemos resposta», afirmou Hélder Guerreiro, da CT da Galp.
Apesar de concordar que houve uma redução do consumo de combustíveis e um consequente impacto económico, devido à pandemia de Covid-19, Hélder Guerreiro vincou que as contas da empresa, referentes ao terceiro trimestre, mostram que todas as áreas totalizaram resultados positivos.
Por outro lado, o encerramento não está desligado de interesses especulativos sobre os terrenos onde a refinaria se localiza, nem dos volumosos recursos públicos que estão a ser transferidos para os grupos económicos, em nome da chamada «transição energética».
Em Outubro, a CT afirmava que o Governo não poderia continuar a «derramar milhares de milhões de euros sobre o sector em nome de um processo, "a transição energética", que só poderá dirigir recuperando o controlo público sobre empresas estratégicas».
Os grupos parlamentares do PCP e do BE já convocaram o ministro do Ambiente à Assembleia da República para prestar esclarecimentos sobre o processo.
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