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Cuidadores das misericórdias entram em greve para exigir a valorização das carreiras

Trabalhadores da União das Misericórdias Portuguesas e das Santas Casas de Misericórdia fazem greve, dia 27 de Maio, a exigir antiguidade justa e pagamentos retroactivos devidos.

Dezenas de trabalhadores e activistas do CESP concentraram-se hoje, 12 de Maio de 2023, em frente à sede da União das Misericórdias Portuguesas e no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa, reivindicando a aplicação da portaria que foi publicada em Novembro de 2022 e consagra aumentos salariais, diuturnidades e pagamento do trabalho nos dias feriados. 
Concentração de trabalhadores e activistas do CESP, a 12 de Maio de 2023, frente à sede da União das Misericórdias Portuguesas, em Lisboa, reivindicando aumentos salariais, diuturnidades e pagamento do trabalho nos dias feriados Créditos / CESP

E se ao fim de 30 anos de trabalho só recebesse 866 euros por mês? Esta é a perspectiva de carreira que a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e as Santas Casas da Misericórdia (SCM) traçam para os seus ajudantes de lar. Para que esta sina não se concretize, os trabalhadores de ambas as instituições estarão em greve na próxima segunda-feira, 27 de Maio.

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) informa que a UMP tenciona negociar um Contrato Colectivo de Trabalho (CCT), mas que este não responde à proposta já entregue pelo sindicato.

O sindicato então questiona o porquê de as instituições não aceitarem a diuturnidade e o pagamento dobrado pelo trabalho aos feriados como reivindicado pelos trabalhadores.

Mesmo após o aumento de 11% das comparticipações do Estado para todas as Santas Casas em 2023, a UMP propôs nova tabela salarial que desvaloriza por completo as carreiras dos seus trabalhadores. Nela são propostos aumentos salariais de 5% e antiguidade risível com progressão de apenas cinco euros a cada cinco anos, o que faz com que, ao cabo de 30 anos de carreira, haja uma diferença de apenas 30 euros em relação aos recém-admitidos.

O Caderno Reivindicativo dos trabalhadores das SCM também abrange a redução para as 35 horas semanais; 25 dias úteis de férias para todos e a efectivação dos direitos já contemplados no Acordo de Empresa da UMP. Em 2022 já tinha sido acordado a antiguidade equivalente aos 20 euros a cada cinco anos, o que, denuncia o sindicato, não está a ser cumprido pelos provedores.

Na segunda-feira, para fortalecer a luta e exigir respeito, os trabalhadores em greve concentrar-se-ão frente ao Ministério do Trabalho, às 14h.

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