O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML/CGTP-IN) foi «surpreendido» ao ter conhecimento da decisão assumida pela Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica de não pagar o suplemento de risco, insalubridade e penosidade aos trabalhadores da higiene urbana que, por prevenção e segurança, ficaram em casa.
Nesta freguesia foi reorganizado o trabalho, passando o mesmo a um regime de rotatividade, isto, é, os trabalhadores passaram a laborar dia sim, dia não. O surto epidémico do novo coronavírus teve uma série de implicações na reorganização dos horários e do trabalho dos sectores ditos essenciais, de forma a garantir não só a saúde dos trabalhadores, diminuindo o risco de possível contágio, mas também a prestação eficaz e de qualidade do serviço público, considerando a sua natureza permanente e necessidade impreterível, refere o sindicato.
Assim, o STML sublinha a importância deste suplemento, não só pela «natureza da actividade que o justifica sem qualquer tipo de contestação», mas também pelo peso que revela em rendimentos onde predominam os salários mais baixos da administração pública, nomeadamente de 645,07 euros.
«Os trabalhadores não foram para casa por iniciativa própria ou ânimo leve, compreendendo e aceitando contudo as medidas preventivas implementadas. Além de mais, em potencial caso de contaminação, estaria sempre uma equipa de prevenção capaz de garantir a limpeza das ruas da freguesia», pode ler-se na nota.
O sindicato considera «inaceitável» que no contexto epidemiológico que atravessamos, se decida «por caminhos que prejudicam a vida dos trabalhadores, a quem a maior parte do País bateu palmas, entre outras iniciativas de reconhecimento e agradecimento, e que agora parecem ter sido esquecidos e completamente desvalorizados».
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