Num comunicado emitido na sexta-feira passada, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa realça que «não basta dizer que se pretende um acordo», referindo-se concretamente ao que considera serem as propostas da administração «bastante aquém das expectivas dos trabalhadores».
Em resposta ao caderno reivindicativo, a administração da Autoeuropa propõe o pagamento do trabalho ao fim-de-semana sem quaisquer alterações, além de uma atribuição do valor igual à taxa de inflação de cada ano no salário, a partir de Julho de 2019, e a atribuição de um prémio anual.
Recordamos que, em Agosto, a fábrica da Volkswagem em Palmela atingiu um novo máximo histórico na produção anual, em 26 anos de trabalho, após apenas oito meses de produção, contrariando os agouros da desgraça e com uma previsão de 250 mil unidades até ao final de 2018.
Algo que a CT faz questão de destacar, em contraste com a «oferta» da empresa e cujos resultados estão à vista: a produção aumentou para níveis históricos, com um crescimento de 150% – dados da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel e do Instituto Nacional de Estatística –, como também as vendas e o peso das exportações.
Tendo isto em conta, a CT reitera que o aumento da produção vai «corresponder a um crescimento acentuado dos resultados financeiros». Portanto, «o impacto positivo tem de se reflectir nas condições de todos os trabalhadores», às quais exemplifica com o nível salarial e as compensações pelos horários de laboração contínua.
Entre as medidas, o caderno reivindicativo aprovado pelos trabalhadores exige aumentos salariais de 4% no próximo ano, com um valor mínimo de 36 euros, o pagamento do trabalho ao domingo a 100%, igual ao sábado, como também a integração de 400 trabalhadores nos quadros até Setembro de 2019 e uma entrega especial para o fundo de pensões.
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