Lucros

Os trabalhadores em prestação de serviço na NOS, a desempenhar «funções cada vez mais complexas e qualificadas», continuam sujeitos ao salário mínimo. É uma amostra do que o Governo pretende normalizar com a reforma laboral.

No final de 2024, mais de 500 trabalhadores da Faurécia/Forvia tomaram uma decisão irredutível: sem uma negociação justa das reivindicações, 2025 seria um ano de luta. «Não foi por falta de aviso».

Enquanto os lucros da banca e dos grandes grupos económicos aumentam alegremente, os rendimentos das famílias portuguesas sofrem a maior queda da OCDE, no primeiro trimestre de 2025.

Apesar de algum abrandamento económico que se verificou no 1.º semestre deste ano e da descida das taxas de juro verificada no último ano, a banca continua a acumular lucros brutais.

Os resultados de 893 milhões anunciados pela Caixa Geral de Depósitos são sustentados, considera o sindicato STEC, pelo aumento das «ameaças directas e veladas» e dos pedidos de baixa de trabalhadores em burnout.

O Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos, em comunicado, afirma que o resultado líquido de 893 milhões de euros no 1.º semestre alcançado pelo banco foi consolidado à custa da degradação das condições de trabalho.

A Faurecia apresentou lucros crescentes: 14 milhões de euros, em 2022; 17 milhões, em 2023; e 18 milhões, em 2024. Apesar disto, o patronato ignora as exigências de aumentos salariais. Como tal, amanhã há greve, a primeira em três anos. 

Sindicatos acusam a Navigator de «exercer pressão para despedir 54 trabalhadores» envolvidos em greves enquanto os lucros da empresa ascendem a 287 milhões de euros e recebem 75 milhões em fundos do PRR.

André Ventura voltou hoje a defender a descida do IRC para os 15%. Para além de beneficiar as grandes empresas que lucram milhões e continuam a pagar salários de miséria, o Chega quer ainda desagravar a tributação dos lucros distribuídos. 

A MEO tem duas caras. A publicidade defende que «será sempre o lado humano que nos diferencia» das outras empresas, mas, nos bastidores, a CEO da MEO rejeita «aumentos justos para os trabalhadores».

Em 2024, a Brisa, concessionária de várias autoestradas, distribuiu dividendos de 181,9 milhões e registou lucros históricos de 353 milhões. Ainda assim, patrões querem aumentos salariais espaçados ao longo de 3 anos.

Os lucros anunciados em Portugal representam «um nível inaudito de acumulação e concentração da riqueza criada pelos trabalhadores». CGTP convoca manifestações para Lisboa (15h), Coimbra (10h30) e Porto (10h) a 5 de Abril.

Depois de mais uma proposta anémica do patronato da EDP, «tímida e insuficiente» face às exigências dos trabalhadores responsáveis pelos 801 milhões de euros de lucros em 2024, 4 sindicatos lançaram um abaixo-assinado.

Os 5 maiores bancos acumularam lucros diários de 13,9 milhões, num total de mais de 4,96 mil milhões de euros. Também em 2024 cresceu o número de crianças em privação material, critica a CGTP-IN.

Fugindo às negociações e reunindo com o sindicato para apenas informar sobre decisões tomadas unilateralmente, a DHL deu a conhecer a sua decisão de aumentos salariais que não passam de migalhas para os trabalhadores.