bombeiros

Não basta proclamar loas elogiosas aos profissionais do sistema de proteção civil quando na anterior legislatura as iniciativas apresentadas na AR para resolver problemas identificados foram inviabilizadas por PS, PSD e IL.

As operações de proteção e socorro são assumidas pelos organismos, serviços e entidades, de nível nacional, regional e municipal, com a missão de proteger as pessoas, os animais, o ambiente e os bens em perigo.

Os sucessivos governos têm demonstrado total ausência de estratégia para incentivar a adesão de cidadãos ao voluntariado nos bombeiros. Há ainda outro problema, que é a dificuldade que o país tem revelado para definir que bombeiros quer.

É cada vez mais exigente a resposta dada pelas entidades e forças que participam nas ações de emergência e socorro. Exigente pela complexidade que as caracteriza, bem como pela perceção dos cidadãos, quanto ao direito que lhes assiste, quanto à prontidão e qualidade nas intervenções de que necessitam.

O problema dos incêndios rurais tem as suas raízes no facto de sucessivos governos terem abandonado o território à sua sorte, resultando na fuga de populações de muitas freguesias do continente.

Os incêndios florestais continuam a constituir um dos principais domínios que obrigam a um permanente envolvimento da Proteção Civil e de todos os seus agentes que concorrem para o seu combate.

A realidade, que nos quiseram fazer crer que se tinha alterado após o verão de 2017, não se alterou na sua substância. É certo que se constatam algumas melhorias. Porém, não haja ilusões.

Este é o momento de apelar aos partidos políticos com candidatos às eleições legislativas de 30 de janeiro que se comprometam, sem retóricas ou elogios fáceis, a valorizar e dignificar os bombeiros.

Durante a iminência ou ocorrência de um acidente grave ou catástrofe, o sistema de proteção civil terá de providenciar a necessária Resposta, normalmente prevista nos planos de emergência concebidos para o efeito.

É inaceitável que, nesta data, não se saiba o que pretende o Governo fazer perante a pressão que o presidente da Altice lhe dirigiu, em entrevista à Lusa publicada no Diário de Noticias.

Cabe aos governantes definirem uma estratégia segura de resposta à situação, pautada por princípios de equidade e justiça social.

Os bombeiros evoluíram muito na última década. Só quem está de má-fé não reconhece esta evidência. Mas precisam de (e querem) evoluir muito mais.

Três anos depois dos incêndios de Pedrógão, nesta data o país ainda não dispõe de um Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais para a floresta portuguesa, definido à altura como missão prioritária.

O momento que vivemos vai gerar uma oportunidade para repensar os modelos políticos e económicos que actualmente prevalecem em muitos países, bem como na sacrossanta União Europeia.