Face à greve às reuniões de avaliação, marcadas por uma forte adesão, e perante os apelos da ampla frente sindical para que hajam «negociações sérias», o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, retomará amanhã o diálogo com os representantes dos professores.
Lembramos que a frente sindical em causa é composta por um total de dez estruturas sindicais, entre as quais as mais representivas: a Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN) e Federação Nacional da Educação (FNE/UGT).
A unir todos está a postura intransigente do Governo em apagar cerca de 70% do tempo de serviço em que as progressões estiveram congeladas, ao afirmar que só aceita pouco mais de dois anos, e, indo mais além, afirma que é isso ou nada. Uma postura à revelia do que está previsto na lei do Orçamento do Estado e na resolução aprovada na Assembleia da República – ambas prevêem a contabilização de todo o tempo de serviço (nove anos, quatros meses e dois dias).
Negociação do tempo é ilegal
No passado dia 6, no encerramento do encontro internacional sobre o desgaste dos professores, o secretário-geral da Fenprof afirmou que a retoma das negociações são sempre bem-vindas mas deixou um aviso ao Governo.
«Exigimos negociar, mas não aceitamos que nos imponham as regras. Este tempo é inegociável, aliás seria ilegal se o negociássemos», afirmou Mário Nogueira, apontando que apenas a forma da recuperação desse tempo está em cima da mesa, com disponibilidade para que a recuperação do tempo seja faseada até 2023.
Na mesma intervenção, ficou ainda endereçado um «convite» aos professores para se concentrarem amanhã à porta do Ministério da Educação, em Lisboa, enquanto decorre a reunião negocial, em solidariedade e «dando ainda mais força aos colegas que integrarão a delegação sindical».
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