O protesto, que começou às 17h em Picoas, foi convocado pela frente sindical representativa dos trabalhadores da PT (SINTTAV, STPT, SINDTELCO, SNTCT, SINQUADROS, STT, SITESE), com o apoio da Comissão de Trabalhadores, tendo sido antecedido por um plenário às 14h. Nele participaram ainda delegações da CGTP-IN e da UGT.
A operadora de telecomunicações PT, detida há dois anos pela Altice após ter sido vendida pelo governo do PSD e do CDS-PP, tem sido alvo de fortes protestos tanto dos trabalhadores, que acusam a administração de efectuar despedimentos encapotados através da figura jurídica de transmissão de estabelecimento, como da sociedade civil, estando a decorrer uma petição pública lançada por 60 personalidades.
Os trabalhadores, agora reforçados pelo acordo entre PS, BE e PCP que garante o direito de oposição do trabalhador à transmissão de estabelecimento, voltaram às acções na rua contra os despedimentos encapotados e o ambiente pesado provocado pela má atitude laboral da Altice.
Despedimento colectivo em curso
A denúncia partiu do secretário-geral da CGTP-IN, que alertou para os problemas dos trabalhadores transferidos pela Altice, em declarações aos jornalistas: «Temos agora aí anunciado um despedimento colectivo de uma empresa que é a Sudtel, que foi criada pela Altice para receber trabalhadores desta empresa.»
Frisando a «grande instabilidade» vivida pelos trabalhadores da operadora, Arménio Carlos afirmou que a «luta dos trabalhadores da Altice já está a resultar», referindo-se à nova lei sobre as transmissões. No entanto, ainda há um longo caminho por percorrer e, por isso, «na quinta-feira lá estaremos com os trabalhadores em Torres Novas para manifestar solidariedade e exigir que a Altice assuma as suas responsabilidades», salientou.
«Uma PT em condições»
A vigília de hoje «é uma etapa importante que vem de longe e tem de continuar, (...) uma causa justa dos trabalhadores e daqueles que, sendo da PT, foram colocados noutras empresas com a tal lei falsa de transmissão de estabelecimento» ou «colocados sem funções atribuídas», afirmou Bruno Dias (PCP), à Lusa, à margem do protesto.
O deputado foi uma das várias personalidades que estiveram presentes no protesto, em solidariedade para com os trabalhadores, tendo considerado que estes «têm sido firmes e determinados» a defender os seus direitos e não só.
Para o deputado do PCP, «a PT tem de voltar a ser de todos nós, tem de voltar a ser uma empresa estratégica de gestão pública», tendo sublinhando que «quem está a mais não são os trabalhadores, quem está a mais são aqueles que querem transformar uma empresa estratégica (...) numa espécie de máquina de fazer dinheiro (...), deitando para debaixo do tapete tudo aquilo que não seja interessante para a sua estratégia, a maximização do lucro».
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