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43 de Ayotzinapa desapareceram há 34 meses mas OEA não se interessa

Em Setembro de 2014, 43 estudantes desapareceram no México, país considerado o segundo mais violento do mundo, depois da Síria, de acordo com um relatório publicado em Maio deste ano. A Venezuela quis debater a questão na OEA, sem sucesso.

A sociedade mexicana continua a mobilizar-se em defesa da verdade e a exigir ao governo que assuma responsabilidades
Créditos / old.nvinoticias.com

Em Maio de 2017, o Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Londres, apontou o México como o segundo país mais violento do mundo, tendo em conta as 23 mil pessoas que nele foram assassinadas no ano anterior. Só na Síria, que enfrenta uma situação de guerra de agressão e de combate contra forças terroristas, o número de pessoas assassinadas foi mais elevado em 2016 – 50 mil, de acordo com o relatório referido e citado pelo Cubadebate.

Já este ano, entre Janeiro e e Julho, registaram-se quase 10 mil mortes por homicídio, indica a TeleSur.

Os 43 de Ayotzinapa

Já passaram mais de mil dias desde que 43 estudantes da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa, desapareceram em Iguala, no estado mexicano de Guerrero. De acordo com a versão oficial, os estudantes tinham-se deslocado para Iguala para participar num protesto quando foram interceptados por «polícias corruptos», que os entregaram a membros do cartel Guerreros Unidos, que os mataram e queimaram num aterro.

No entanto, esta versão foi há muito posta em causa, e os familiares dos desaparecidos continuam a exigir respostas ao governo mexicano, que é acusado de silenciar o caso, ocultar elementos e dificultar as investigações independentes, num contexto geral de violência e impunidade.

Isso mesmo é apontado no documento sobre a violência no México, elaborado em 2015 pelo relator especial das Nações Unidas contra a tortura, Juan E. Méndez. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão autónomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), também criticou duramente as autoridades mexicanas, refere a TeleSur.

Espionagem a pais, advogados, investigadores

Passados quase três anos, as dúvidas sobre o caso dos 43 jovens desaparecidos são bem maiores que as certezas. Sobre o governo mexicano, acusado reiteradamente de «inconsistências e falhas» nas investigações que até agora promoveu, recaem suspeitas de que manda espiar os familiares dos jovens e os seus advogados.

No início deste mês, numa sessão realizada no Peru, a CIDH acusou o governo do México de ter espiado os membros do Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) que tinha enviado ao país azteca para investigar o desaparecimento dos 43 estudantes. Os especialistas afirmaram ter recebido nos seus telemóveis mensagens para instalação de um «software infeccioso» semelhantes às que receberam os pais e os advogados.

De acordo com um laboratório canadiano, através desse malware, adquirido a uma empresa israelita, o governo federal mexicano procurou infectar os telemóveis de modo a extrair informação ilegalmente.

No mês passado, a Venezuela propôs debater o caso de Ayotzinapa na OEA, mas a organização rejeitou a proposta e decidiu não incluir a questão nos pontos de discussão na reunião da assembleia geral.

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