Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

Há sete anos que não vêem os salários actualizados

Trabalhadores das cantinas em greve por aumentos salariais

Os trabalhadores do sector das cantinas, áreas de serviço e bares concessionados estão hoje em greve. Reivindicam aumentos salariais, a negociação do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) e melhores condições laborais.

Concentração de trabalhadores das cantinas escolares em frente ao hospital de Santo António, no Porto, 9 de Dezembro de 2016
Concentração de trabalhadores das cantinas escolares em frente ao hospital de Santo António, no Porto, 9 de Dezembro de 2016CréditosJosé Coelho / Agência LUSA

Em Lisboa, os trabalhadores realizaram uma concentração em frente à Trivalor, enquanto no Porto os manifestantes juntaram-se à porta do Hospital de Santo António.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte afirma que «as empresas deste sector de actividade não actualizam os salários há sete anos», datando a última tabela salarial de 2010. Têm por isso a reivindicação de um aumento salarial de 40 euros.

«Muitos trabalhadores já foram apanhados pelo Salário Mínimo Nacional, quando antes sempre receberam acima deste», sustenta a estrutura sindical. Estamos a falar de cerca de 15 mil trabalhadores afectados.

«Muitos trabalhadores já foram apanhados pelo Salário Mínimo Nacional, quando antes sempre receberam acima deste»

Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte

Na base do protesto estão ainda práticas das empresas do sector que o sindicato diz serem uma «violação dos direitos dos trabalhadores», como o não pagamento do trabalho prestado em dia feriado de acordo com o CCT em vigor, do subsídio nocturno das 20h às 22h, do subsídio de alimentação nas férias e dos salários, «de acordo com as funções efectivamente exercidas» pelos trabalhadores. Os feriados passaram a ser pagos pela metade.

«Impõem horários de 12 horas diárias e 60 horas semanais, pondo em causa a saúde dos trabalhadores e o direito à conciliação da actividade profissional com a vida pessoal e familiar», denuncia o sindicato, acusando ainda as empresas de não respeitarem outros pontos previstos no CCT, «impedindo assim a progressão na carreira aos cozinheiros e outros trabalhadores».

Maria das Dores Gomes, do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, em declarações à SIC, lembra os ritmos de trabalho muito intensos e a falta de pessoal em quase todas as unidades. Afirma que o trabalho é maioritariamente precário e que várias vezes são os trabalhadores que têm que trazer os utensílios para trabalhar.

«Impõem horários de 12 horas diárias e 60 horas semanais, pondo em causa a saúde dos trabalhadores e o direito à conciliação da actividade profissional com a vida pessoal e familiar»

Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte

Uma trabalhadora do Hospital São José, Célia Santos, em declarações para o mesmo órgão, fala-nos de «desgaste emocional e físico», e dá o exemplo da diminuição de trabalhadores na sua unidade: há quatro anos eram 170, hoje são cerca de 60. Lembra ainda que a entidade patronal não garante as vacinas para a sua protecção no contexto de trabalho.

No Norte, o sindicato aponta para 90% de adesão à greve, apontando a existência de escolas encerradas, assim como uma grande adesão no sector hospitalar da região, assim como nos centros de formação, nas escolas, nas fábricas e outras instituições. O sindicato denunciou que algumas das escolas não encerraram porque a direcção decidiu substituir a refeição dos alunos por uma sandes e uma peça de fruta.

A deputada do PCP, Rita Rato, esteve presente na concentração de Lisboa em solidariedade com os trabalhadores. Lembrou, a propósito dos baixos salários, a proposta que o PCP apresentou e que será discutida na próxima sexta-feira, de aumento do Salário Mínimo Nacional para 600 euros já em Janeiro do próximo ano.

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui