Os ataques aéreos e com drones levados a cabo pela ocupação na zona de al-Mawasi, em Khan Younis, incendiaram várias tendas de deslocados, provocando pelo menos cinco mortos e um número indeterminado de feridos – alguns dos quais com queimaduras graves.
No mesmo dia, as forças israelitas atacaram Khan Younis e a Cidade de Gaza, onde dois palestinianos já haviam sido mortos de manhã, no bairro de al-Zaytoun, e levados para o Hospital Árabe al-Ahli, indica a agência Wafa.
Os ataques israelitas desta quarta-feira foram dos mais intensos registados no enclave em dias recentes, estando em vigor o acordo de cessar-fogo implementado a 10 de Outubro último – que tem sido repetidamente violado pela ocupação sionista.
De acordo com dados divulgados esta quinta-feira por fontes médicas no território, as violações sucessivas da trégua provocaram pelo menos 366 mortos e 938 feridos entre a população palestiniana, elevando o número de mortos desde Outubro de 2023 para 70 125 e o de feridos para 171 015.
Os ataques em al-Mawasi, no Sul do enclave, ocorreram pouco depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter acusado combatentes palestinianos – que haviam saído de túneis – de ferir vários soldados israelitas em Rafah, junto à fronteira com o Egipto.
O movimento de resistência Hamas negou qualquer envolvimento nesses alegados confrontos, reafirmou o compromisso com o cessar-fogo e responsabilizou Israel pelas «repercussões desta escalada».
Afirmando que as acções de quarta-feira à noite constituem um «crime de guerra flagrante e um desrespeito pelo acordo de cessar-fogo», o Hamas solicitou aos mediadores internacionais e estados garantes que pressionem a ocupação sionista no sentido de travar «os seus crimes» e de fazer com que respeite os termos do acordo, em que se inclui o fim dos bombardeamentos sobre civis, indica a Anadolu.
Em Novembro, 2144 ataques da ocupação registados na Margem Ocidental
Dados oficiais agora divulgados por uma entidade palestiniana referem que, no mês passado, as tropas e os colonos israelitas executaram 2144 ataques contra pessoas e propriedades na Margem Ocidental ocupada.
O relatório mensal, intitulado «Violações da ocupação e medidas de expansão colonial», foi apresentado esta quarta-feira por Muayyad Shaaban, director da Comissão de Resistência ao Muro e à Colonização, e dá conta de incursões generalizadas, apropriações de terras e destruição.
O documento atribui 1523 ataques às tropas israelitas, com os restantes a serem perpetrados por colonos apoiados pelos militares. Os ataques incluem demolição de casas e destruição de meios de subsistência, confisco de terras, vandalismo, bloqueio de circulação, tiroteios fatais, espancamentos, roubos e intimidação, refere a PressTV.
As comunidades palestinianas, desde a cidade de Nablus, no Norte da Cisjordânia, até às zonas rurais nos montes, relataram um clima de «aprisionamento, luto e desapropriação», disse Shaaban, alertando que os ataques reflectiam uma estratégia coesa «orquestrada para desenraizar os palestinianos nativos e impor uma ordem colonial racista».
A declaração assinalou um endurecimento das afirmações dos palestinianos segundo as quais as violações são «coordenadas, politicamente sancionadas e planeadas para esvaziar as comunidades».
Estima-se que mais de 750 mil colonos judeus vivam actualmente na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, em centenas de colonatos e postos avançados – considerados ilegais à luz do direito internacional.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui
