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Maduro acusa Trindade e Tobago de ceder soberania para ameaçar a Venezuela

O presidente venezuelano alertou para a instalação de uma base militar em Trindade e Tobago, a apenas 15 km da costa venezuelana, sublinhando que esse passo põe em risco a estabilidade nas Caraíbas.

No programa «Con Maduro+», Nicolás Maduro também destacou a solidariedade crescente nos EUA para com a Venezuela Créditos / Prensa Presidencial

As afirmações de Nicolás Maduro foram proferidas no habitual programa das segundas-feiras, «Con Maduro+». O chefe de Estado acusou a primeira-ministra do arquipélago vizinho de «pôr em sério risco a paz das Caraíbas» ao permitir que uma força militar estrangeira se instale em território tobaguense para ameaçar a Venezuela.

Para Maduro, ao concederem o controlo das suas águas e território – com fins hostis, visando desestabilizar a região –, as autoridades de Trindade e Tobago «hipotecam» a soberania do seu país.

«Nós temos uma história comum de séculos», sublinhou o presidente venezuelano, ao mesmo tempo que questionou a legalidade da decisão unilateral da primeira-ministra, que terá tomado a medida sem consultar os altos comandos da defesa.

Nicolás Maduro destacou ainda a profunda rejeição do povo tobaguense a esta medida, que, em seu entender, representa «um passo em falso contra a paz», com graves consequências para a região.

Críticas em Trindade e Tobago à decisão de Persad-Bissessar

Segundo revela a TeleSur, Keith Rowley, ex-primeiro-ministro de Trindade e Tobago, criticou o actual governo, liderado por Kamla Persad-Bissessar, por expor o país a um conflito, permitindo exercícios militares com forças norte-americanas sem consultar os altos comandos.

Rowley, que aludia a exercícios conjuntos entre forças militares tobaguenses e um grupo de fuzileiros dos Estados Unidos, disse que a presença de tropas estrangeiras pode tornar as plataformas marítimas do país em «objectivos legítimos», em caso de confronto.

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sean Sobers, declarou que os exercícios não tinham a ver com a Venezuela – apesar de fontes militares terem dito à imprensa que os altos comandos não tinham sido informados previamente.

Num contexto de tensão crescente, o presidente venezuelano disse também no programa de TV referido que «só através da diplomacia se resolvem as diferenças», e pôs de parte qualquer intervenção no país.

Maduro destaca movimento de apoio à Venezuela nos EUA

Sobre sondagens nos Estados Unidos que revelam que «a grande maioria do povo norte-americano é contra uma agressão» à Venezuela e que se repita «o mesmo que se fez no Vietname ou no Afeganistão», Nicolás Maduro disse que «os governantes nos EUA estão a par disso».

A este propósito, Maduro referiu-se às manifestações deste fim-de-semana em várias cidades norte-americanas, tendo destacado a «grande consciência» das palavras de ordem contra a guerra.

«A verdade está a vir à tona, um movimento que, espero, seja capaz de deter as mãos dos que, de forma enlouquecida, disparam mísseis e pretendem encher de sangue a América do Sul em nome de mentiras», disse.

Os EUA «acusam-nos de infâmias extravagantes quando os próprios organismos de inteligência dos Estados Unidos afirmam, há anos, exactamente o contrário das mentiras que dizem sobre a Venezuela», frisou.

O chefe de Estado disse ainda que o povo venezuelano «não é um povo de delinquentes» e que continuará a dizer a sua verdade nas ruas, nos fóruns internacionais, nas Nações Unidas, nas redes sociais e na comunicação social, para que aconteça «o milagre da paz e da convivência».

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