Em comunicado, a REDH considerado «infundado» o pretexto norte-americano de «combater o narcotráfico» para «a nova escalada» no Mar das Caraíbas, «com o envio do porta-aviões Gerald R. Ford, que se junta às forças militares já presentes».
Ao reclamar a condenação e o alerta para a implementação da «Operação Lança do Sul», por parte da administração dos EUA, a REDH sublinha que «esta escalada militar se pode transformar num confronto militar com a República Bolivariana da Venezuela», o que, em seu entender, implicaria «massacre e desestabilização geopolítica no continente americano e no mundo».
Neste contexto, o apelo urgente lançado na sexta-feira pela Rede de Intelectuais e Artistas – a que Cuba declarou o seu apoio este sábado – afirma a necessidade de expor com clareza «os verdadeiros interesses da guerra cognitiva travada pelo império norte-americano».
A REDH sublinha que o objectivo é «destabilizar o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro, criar um cenário que justifique o uso da força militar para impor uma mudança de governo no país bolivariano, alterar o equilíbrio de poder na região e apropriar-se impiedosamente dos seus imensos recursos naturais».
«Defendamos o respeito pelo direito internacional, a autodeterminação dos povos e a preservação da América Latina e Caraíbas como Zona de Paz», afirma o texto, que declara o apoio ao povo venezuelano e insta governos e organismos multilaterais a «travar esta loucura bélica que pode pôr o mundo à beira de uma guerra mundial».
Também a Casa das Américas condena a escalada militar
Numa declaração intitulada «Outra vez os tambores da guerra», a instituição com sede em Havana afirma que «o objectivo do governo dos EUA é claro: derrubar o governo legítimo da República Bolivariana da Venezuela a qualquer custo».
Ao condenar as operações militares norte-americanas nas imediações da costa venezuelana, agora acrescidas com o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford, a Casa das Américas diz que a «máquina da morte se move com o pretexto de "combater o narcotráfico", o mesmo que foi usado nas últimas semanas para o assassinato extrajudicial de 76 pessoas em águas caribenhas e do Pacífico».
A Casa das Américas sublinha ainda que esta escalada «não constitui apenas um perigo para a Venezuela, mas é também uma bofetada à autodeterminação e à soberania dos nossos povos».
«Uma acção contra qualquer dos países irmãos do Continente é um golpe a todos», afirma o organismo, que critica também as declarações recentes de um senador norte-americano a prever que os dias de Maduro estão contados e que a Venezuela, a Colômbia e Cuba fazem parte de um «califado das drogas».
«Enquanto alguns se centram nas imagens do Gerald R. Ford como se de um videojogo se tratasse, aqueles que sentiram na própria pele a agressão e a violência imperiais condenam o prelúdio de um crime gravíssimo e apelam à solidariedade internacional com os povos da região», declara a instituição cultural cubana.
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