Segundo o comunicado oficial da federação, a adesão à greve geral visa, naturalmente, lutar contra o pacote laboral proposto pelo Governo, que, na visão da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), representa riscos sérios para a carreira médica e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Durante o congresso, que contou com a presença de mais de uma centena de delegados, foram debatidas as prioridades estratégicas para o triénio 2026-2028. A FNAM defendeu um reforço da luta por salários justos, com valorização que recupere a perda de poder de compra desde 2012, bem como a actualização automática indexada à inflação.
A federação apelou ainda à criação de condições de trabalho mais dignas para os médicos, exigindo a reintegração dos médicos internos na carreira, a reposição da jornada de 35 horas de trabalho, e a garantia de progressão na carreira, incluindo a reposição de diuturnidades.
Outra preocupação central da FNAM é a defesa intransigente de um SNS público, universal e de proximidade. No comunicado, a federação critica a ministra Ana Paula Martins por, segundo a FNAM, querer substituir o conceito de «Serviço» por «Sistema», o que, na sua perspectiva, fragiliza a responsabilidade do Estado na saúde pública.
Relativamente ao pacote laboral, a FNAM alerta para vários perigos: precarização dos vínculos, desregulação dos horários sob a justificação de «flexibilidade», dificuldades na conciliação entre a vida profissional e familiar, o enfraquecimento das protecções ligadas à parentalidade e amamentação, bem como uma erosão geral dos direitos laborais.
Ao justificar a sua participação na greve geral, a federação salienta que a adesão é uma resposta coletiva: «juntamo-nos a todos os trabalhadores na defesa dos direitos laborais e de serviços públicos fortes», refere a moção aprovada. A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, reforçou que «a defesa dos direitos laborais é inseparável da defesa da profissão médica e do SNS», apelando à participação de todos os médicos na paralisação.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui
