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Outubro é o mês do idoso num país que condena idosos a baixas pensões e à pobreza

Quando se assinala o mês do idoso, o MURPI diz que «é o tempo de celebrar a amizade, de exaltar os sentimentos de respeito e de valorizar a solidariedade e a partilha entre os mais velhos». 

Foto de arquivo: reformados concentram-se junto ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social durante um protesto promovido pela Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI), Lisboa, 31 de Maio de 2016
CréditosMiguel A. Lopes / Agência LUSA

Vários são os dados sobre os idosos em Portugal. Segundo o INE, mais de 2,5 milhões de pessoas em Portugal têm 65 anos ou mais; a população idosa tem crescido mais de 2% ao ano desde 2019; ou mais de metade dos mais de um milhão de pessoas que vivem sozinhas em Portugal são idosos.

Além destes dados estatísticos, o INE diz ainda que entre 2019 e 2024 houve um aumento de idosos em condição de fragilidade socioeconómica passando de cerca de 560 mil para mais de 600 mil. A par deste indicador, soma-se ainda o facto de, em 2024, 23,8% dos idosos encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social. 

A situação é preocupante e reflecte a realidade: em 2024 a pensão de reforma média em Portugal foi de 563,3 euros e no presente ano, o aumento das pensões variou entre 1,85% a 3,9%, dependendo do valor da pensão. 

É neste quadro que, no âmbito do mês do idoso, devido à celebração do Dia Internacional do Idoso, a Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI) emitiu um comunicado no qual reafirma a sua luta pela dignidade, autonomia e direitos da população idosa em Portugal. 

Com congresso agendado para o dia 30 de Novembro, o Murpi não passou ao lado da efeméride e recordou que foi após o 25 de Abril que os idosos conquistaram estatuto de cidadania e direitos sociais fundamentais, como melhores condições de vida, acesso à saúde e maior longevidade.

Além de destacar o carácter simbólico do dia e do mês, no seu comunicado, o Murpi compromete-se a lutar contra a pobreza, as baixas pensões e o abandono e todas as formas de violência sobre a população idosa, assim como lutar pela defesa de medidas que garantam o acesso a bens essenciais, habitação digna, mobilidade adequada e cuidados de saúde de qualidade, reforçando a importância do Serviço Nacional de Saúde público, gratuito e próximo das comunidades.

«O MURPI manter-se-á ao vosso lado», compromete-se a Confederação face aos idosos, vincando que «ao aumento da esperança de vida devem corresponder políticas públicas efectivas que promovam estruturas de apoio social universais e acessíveis, rejeitando o assistencialismo e a segregação social». 

O comunicado acaba com o compromisso do MURPI em continuar a defender os interesses dos mais idosos, «contribuindo deste modo para elevar a sua situação de bem-estar
social, físico e cultural». 
 

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