Como ocorre todos os anos no domingo anterior ao 11 de Setembro, organizações de familiares de presos desaparecidos e executados políticos reclamaram às autoridades uma investigação profunda e a punição dos responsáveis.
A 11 de Setembro de 1973, uma conspiração civil-militar, apoiada pelos Estados Unidos, pôs fim, de modo violento, ao governo do presidente Salvador Allende, que liderava um processo de transformação para benefício das camadas menos favorecidas.
Segundo refere a agência Prensa Latina, pessoas de todas as idades participaram na manifestação de ontem, que partiu do Bandejón de los Héroes, na Avenida da Alameda, passou em frente ao Palácio de La Moneda e seguiu depois para o Cemitério Geral.
O presidente da Associação Nacional dos Funcionários Fiscais, José Pérez Debelli, acompanhou – juntamente com outros dirigentes da organização – as famílias das vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
«Temos o dever moral de estar com os companheiros, as organizações de defesa dos direitos humanos e todo o movimento social que luta por manter viva a memória daqueles que hoje não estão connosco», disse.
Em declarações à Prensa Latina, Pérez Debelli aludiu aos mais de mil desaparecidos e reafirmou o seu empenho contra as correntes negacionistas que a direita pretende impor.
À mesma agência, Boris Barrera, deputado do Partido Comunista do Chile, destacou a importância da marcha pela memória, num momento em que a direita avança com tanta força no país.
«Quando parece que todos os esforços não são suficientes para os conter, devemos erguer as bandeiras em defesa da verdade, da justiça e para que tais acontecimentos nunca mais se repitam no Chile, pois a ameaça fascista está ao virar da esquina», disse o deputado.
Para lembrar o golpe de Estado liderado por Pinochet e manter viva a memória dos crimes da ditadura que se prolongou por 17 anos, estão programadas para os próximos dias diversas iniciativas comemorativas no país austral, como conferências, concentrações, visitas a locais históricos e concertos.
Além disso, para a próxima quinta-feira, dia do 52.º aniversário do golpe, está previsto um acto comemorativo no Palácio de La Moneda, sede do poder presidencial chileno.
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