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Carta aberta a Rangel exige medidas concretas além do reconhecimento da Palestina

A propósito da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia que irá  ocorrer no próximo dia 29 em Copenhaga, o MPPM dirigiu uma carta aberta a Paulo Rangel na qual exige medidas que garantam a segurança e a viabilidade da Palestina.

CréditosFilipe Amorim / Lusa

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) divulgou uma carta aberta dirigida ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, exigindo que Portugal e a União Europeia assumam medidas concretas contra Israel, incluindo a suspensão do Acordo de Associação UE-Israel e a aplicação de sanções abrangentes.

A nota de imprensa que dá conta da carta aberta relembra que os ministros da UE «protelaram, uma vez mais, a decisão de o suspender com base num pretenso “acordo humanitário” com Israel pomposamente anunciado pela vice-presidente e alta-comissária Kaja Kallas», acordo esse que nunca foi cumprido. 

Munindo-se de dados, nomeadamente os da OMS que indicam que entre 1 de Janeiro e 20 de Agosto de 2025 mais de 35 430 crianças com idades entre 6 e 59 meses foram tratadas por desnutrição aguda, ou da própria UE, ONU e do Comité Internacional da Cruz Vermelha que afirmam pelo menos 1373 palestinos foram mortos enquanto procuravam comida, o MPPM entende que não faltam elementos para serem tomadas medidas concretas. 

É nesse sentido que surge a carta aberta dirigida a Paulo Rangel que exige que Portugal cumpra os compromissos assumidos em 2024, quando votou favoravelmente a Resolução ES-10/24 da Assembleia Geral da ONU, que estabelecia a retirada israelita dos territórios palestinos ocupados no prazo de 12 meses. 

O movimento considera que o eventual reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal «não basta», defendendo sanções contra Israel, um embargo total de armas e energia e a responsabilização criminal dos dirigentes israelitas.

Desde o início da ofensiva israelita, a agressão contra Gaza já provocou mais de 62 000 mortos e quase 160 000 feridos, segundo números apresentados pelo MPPM, que cita ataques a hospitais, assassinatos de jornalistas e deslocações forçadas como parte de um cenário que organizações internacionais classificam como genocídio.

«A gravidade da situação exige a aplicação imediata de sanções abrangentes, um embargo total de armas e energia, e a criminalização dos responsáveis», conclui a carta aberta.
 

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