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Ex-presidente hondurenho condena assédio norte-americano à Venezuela

Manuel Zelaya, ex-presidente das Honduras (2006-2009), condenou o cerco militar dos EUA à Venezuela, desmentiu acusações contra Maduro e criticou a falta de acção da ONU na defesa da paz.

Manuel Zelaya condenou o bloqueio militar dos EUA à Venezuela Créditos / PL

«Como fundador da Celac [Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos], denuncio energicamente o bloqueio militar dos Estados Unidos contra a irmã República da Venezuela», disse Zelaya na sua conta de Twitter (X).

Esse assédio «destrói a Carta das Nações Unidas e, com ela, o direito internacional, violando a soberania dos nossos povos da América Latina e Caraíbas», sublinhou.

No entender do dirigente do Partido Liberdade e Refundação (Libre), «permanecer em silêncio perante esta agressão constitui também um crime contra a pátria e um acto imperdoável de cobardia, ao não defender a verdade e a justiça internacional».

«Para que servem as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança se não podem fazer prevalecer a paz, nem garantir os direitos dos países que a integram?», perguntou o antigo  governante hondurenho, numa clara alusão à falta de acção desse organismo.

Acusações «falsas» contra Maduro

Na sua publicação, Manuel Zelaya disse ainda que «é absolutamente falso que o presidente Nicolás Maduro pague subornos a funcionários do governo das Honduras para permitir a passagem de drogas» por esse país centro-americano com destino aos EUA, tal como afirmou a procuradora-geral norte-americana, Pamela Bondi.

Nesse sentido, recordou que o governo liderado pela presidente Xiomara Castro foi reconhecido inclusive por Washington pelo seu combate frontal ao narcotráfico.

Entre os avanços que a própria Casa Branca reconheceu, referiu-se ao aumento histórico de apreensões de droga, à destruição de cultivos de coca e de laboratórios para o processamento de cocaína, bem como à entrega à Justiça de «reconhecidos capos».

Um deles é o ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández (2014-2022), que foi extraditado para os EUA e ali condenado a 45 anos de cadeia por integrar um cartel que traficou toneladas de droga para o país norte-americano.

No passado dia 22 de Agosto, a presidente hondurenha destacou a significativa diminuição da taxa de homicídios no país durante a sua governação (a mais baixa nas últimas duas décadas) e deu conta de grandes avanços na luta contra o narcotráfico, com um aumento de 207% de acções destinadas a combater este tipo de crime, o desmantelamento de mais de quatro dezenas de laboratórios e a apreensão de centenas de armas e milhares munições, indica a TeleSur.

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