O documento, apresentado em Setembro na assembleia por Tobie Aupindi, deputado da Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO), reclama aos Estados Unidos o levantamento do bloqueio económico, financeiro e comercial contra Cuba e o seu povo, bem como a retirada imediata da Ilha da lista de estados que alegadamente patrocinam o terrorismo.
A fundamentar a exigência, a moção, aprovada na terça-feira, sublinha o facto de a Carta das Nações Unidas instar os estados-membros «a promover a paz, o desenvolvimento e a convivência como bons vizinhos», bem como o facto de que «o povo cubano sofreu durante muito tempo o severo e excessivo bloqueio imposto pelas sucessivas administrações norte-americanas desde Fevereiro de 1962».
No debate, Aupindi referiu que se trata de sanções selectivas impostas pelos EUA a Cuba, mas que o mundo inteiro é obrigado a cumpri-las, para não enfrentar graves consequências.
«Não o podemos permitir. A paz mundial deve prevalecer. Exorto os membros do Parlamento a defender os direitos humanos, a dignidade e o esforço do povo cubano», declarou, citado pelo portal Cuba Debate.
Para a Namíbia, é um «imperativo moral»
No âmbito do debate, a ministra namibiana dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Selma Ashipala-Musavyi, reafirmou o apoio irrestrito ao país caribenho.
«O contributo de Cuba para a cooperação Sul-Sul encontra-se muito bem documentado. Cuba contribuiu para a descolonização de África, especialmente na África do Sul. Para a Namíbia, a narrativa da nossa guerra de libertação nacional estaria incompleta sem ter em conta esse contributo», disse.
A ministra referiu-se, igualmente, aos anos em que Cuba apresentou a resolução contra o bloqueio nas Nações Unidas, obtendo um apoio esmagador da Assembleia Geral. «Peço a esta Assembleia Nacional que apoie por unanimidade o levantamento do bloqueio a Cuba. Para os namibianos não é só correcto, é um imperativo moral», declarou a diplomata.
Na moção, que teve o apoio de todos os partidos que integram o Parlamento da Namíbia, denuncia que, «apesar de a Guerra Fria ter terminado, o bloqueio a Cuba continua em vigor. Hoje, 63 anos depois, este bloqueio provocou devastação económica, especialmente em Cuba, e ambos os países estão a desaproveitar uma grande oportunidade económica. A situação actual é insustentável».
Votação para breve na Assembleia Geral da ONU
Para os próximos dias 28 e 29 de Outubro está prevista a apresentação, na Assembleia Geral da ONU, do relatório «Necessidade de pôr termo ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba».
Desde 1992, a ilha tem conhecido o apoio desse espaço multilateral, com quase todos os países-membros a votarem favoravelmente a resolução apresentada pelas autoridades cubanas.
Entretanto, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, tem denunciado que a administração norte-americana exerce pressões sobre vários países com o propósito de ver diminuído, este ano, o apoio internacional à resolução na Assembleia Geral.
«Não é por acaso que o Departamento de Estado norte-americano, seguindo a agenda corrupta do seu secretário, faz lóbi com mentiras e pressiona aliados para retirar apoio à resolução contra o bloqueio a Cuba», afirmou Rodríguez.
Dessa forma, frisou o diplomata cubano, «pretende enganar a comunidade internacional e ocultar os graves danos que provoca às famílias cubanas».
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