Numa conferência de imprensa em Pequim, Mao Ning, representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros, destacou que, nas últimas seis décadas, o país caribenho enviou mais de 600 mil profissionais da saúde para mais de seis dezenas de países.
Estas brigadas prestaram cuidados de saúde a mais de 230 milhões de pessoas, realizaram mais de 17 milhões de cirurgias e salvaram a vida a mais de 12 milhões de pacientes, acrescentou.
Segundo refere a Xinhua, ao abordar a questão, esta sexta-feira, Mao sublinhou o papel importante que a cooperação médica cubana no estrangeiro desempenha nos sistemas de saúde de países da América Latina, Caraíbas e África, pelo que é bem acolhida por governos e povos dos países beneficiados.
Sobre as acusações vertidas pelo departamento norte-americano que o «falcão» Marco Rubio lidera, Mao Ning disse que o «chamado trabalho forçado» se tornou «falso pretexto e um instrumento de hegemonia para os EUA pressionarem outros países».
A representante da diplomacia chinesa disse ainda que estas medidas constituem «um prolongamento e um reforço» das sanções e do bloqueio que Washington impõe a Cuba há mais de seis décadas.
«A parte chinesa opõe-se à diplomacia coerciva», afirmou Mao Ning. «Instamos os Estados Unidos a porem fim de imediato ao bloqueio e às sanções contra Cuba, sob qualquer pretexto, e tomar mais medidas que contribuam para melhorar as relações bilaterais e promover a paz e a estabilidade regionais», disse.
Ataque reiterado dos EUA à cooperação médica cubana
A declaração de Mao Ning segue-se ao anúncio recente do Departamento de Estado norte-americano relativo à imposição de restrições de vistos a funcionários governamentais de diversos países africanos, Brasil, Granada e Cuba, bem como a antigos funcionários e seus familiares da Organização Pan-Americana da Saúde, por «cumplicidade» com as brigadas médicas cubanas.
Há muito que os Estados Unidos procuram atacar a cooperação médica da Ilha – um ataque que se intensificou no segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca.
Em Março deste ano, a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, repudiou no Parlamento a decisão do Departamento de Estado norte-americano de privar de vistos quem apoiou ou apoia o programa cubano de cooperação na saúde e disse que defender a cooperação médica cubana é uma questão de princípios.
«Sem os médicos e os enfermeiros cubanos não teríamos superado a pandemia», sublinhou a primeira-ministra barbadense, acrescentando que, se não fosse possível alcançar «um acordo razoável» e tivesse de perder o seu visto para os EUA, isso não a intimidava.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui