Recorrendo ao método de straw checkerboard, palha aplicada num formato de tabuleiro de xadrez de palha, é possível fixar a areia fina do deserto, controlando as dunas, o que permite, posteriormente, plantar árvores resistentes à seca nas extremidades do deserto. «Esta abordagem ajuda-nos a construir um sistema eficaz de prevenção e controlo da areia, fortalecendo, em última análise, a barreira ecológica», explica Zhang Youyong, engenheiro-chefe do departamento florestal, pastagens e controlo do deserto da Alxa Right Banner (divisão administrativa dentro da região autónoma da Mongólia Interior), citado pela agência Xinhua.
No início do mês de Julho, foi aplicado o último trecho deste método de controlo de dunas nos desertos de Badain Jaran, Tengger e Ulan Buh. Esta empreitada percorre 1865km, com larguras de entre 3 a 20 quilómetros, e contém uma área de 94.700 km quadrados: 83% de todo o deserto da Mongólia Interior.
Esta intervenção vem acrescentar aos já existentes 460 quilómetros de «barreiras verdes» ao longo da borda sudeste do deserto de Tengger e do sudoeste do deserto de Ulan Buh.
Lu Qi, cientista-chefe da Academia Chinesa de Silvicultura, destaca a importância destas barreiras verdes no impedir que «o deserto continue a invadir terras agrícolas, cidades, oásis e estradas, para além de reduzir significativamente a origem das tempestades de areia». O cinturão verde não é apenas um meio de «restauração ecológica» mas também uma iniciativa fundamental «para a coexistência harmoniosa entre o ser humano e a natureza».
O Programa da Faixa Florestal Protectora dos Três Nortes foi instituído pela República Popular da China em 1976, um plano de desenvolvimento a 72 anos (termina em 2050) a aplicar nas 13 províncias do Norte. O objectivo da China é o de reverter a desertificação e aumentar significativamente as áreas florestais. A intervenção na região autónoma de Ningxia conseguiu, até ao momento, fazer o deserto de Tengger recuar 25 quilómetros.
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