Na acção convocada pela Frente para a Praça da Constituição no dia 9 de Julho, representantes de vários sindicatos, da Confederação Argentina dos Trabalhadores do Transporte (CATT) e da União de Trabalhadores da Economia Popular (UTEP) meteram as mãos na massa.
Sob o lema «Por uma nova independência nacional onde reine o povo, o amor e a igualdade», juntaram-se para realizar «ollas populares» – panelas populares, comuns ou comunitárias –, ajudar a matar a fome a pessoas em situação de rua e habitantes da cidade com dificuldades económicas, e, desse modo, procurar dar visibilidade à crise imposta pelo «modelo libertário».
Em comunicado que a Frente havia divulgado, o objectivo declarado era esse e exigir uma nova independência para o país austral, que tenha por base a justiça social, o trabalho digno e a soberania.
Juan Carlos Schmid, representante da Federação da Indústria Marítima, Portuária e Naval da Argentina lembrou que a iniciativa dava continuidade à mobilização que teve lugar dia 25 de Junho frente ao Ministério da Desregulação e Transformação Estatal, cujo titular, Federico Sturzenegger, é visto como peça-chave na política de austeridade do executivo de Javier Milei.
Em declarações ao Tiempo Argentino, o dirigente sindical referiu que o governo representa «a imposição da barbárie económica», avança com um «projecto selvagem e desapiedado» e celebra «a crueldade contra os mais humildes como se fosse uma virtude».
A pobreza avança a ritmo acelerado
Por seu lado, Mariano Moreno, secretário-geral da associação Capitães e Oficiais de Navegação Fluvial, Pesqueira e Costeira Marítima, denunciou que a pobreza «avança a um ritmo acelerado» (mais de 11 mil pessoas sem-abrigo só em Buenos Aires) e «afecta profundamente a sociedade».
Por isso, defendeu uma «resposta organizada e solidária» da parte dos trabalhadores», tendo acusado o actual governo argentino de «só se preocupar com os que mais têm».
«O mundo deve assistir com espanto a um país com o potencial da Argentina a entregar a sua indústria, a renunciar à sua autonomia e a atacar o seu próprio povo», disse, citado pelo portal Ser Industria.
Modelo económico «selvagem» que gera pobreza
No comunicado que serviu de apelo à mobilização, as organizações promotoras pronunciaram-se no mesmo sentido, denunciando que o «modelo libertário» aprofunda a pobreza, a precariedade laboral e a exclusão social, sobretudo entre os reformados, os trabalhadores e menores.
As organizações não aceitam que haja famílias a passar fome ou que os reformados sejam maltratados no contexto de «um alegado plano de transformação», refere a Radio Gremial.
«O jugo libertário funciona como uma bigorna que nos mergulha nas profundezas da história, onde nos são impostos sacrifícios absurdos para que outros possam viver uma vida boa», denunciam, lembrando o papel dos trabalhadores na defesa da soberania.
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