|Cuba

Autoridades cubanas repudiam reforço da agressão norte-americana à Ilha

Para o chefe de Estado cubano, o objectivo do memorando agora assinado por Trump é «causar o máximo dano e sofrimento possível ao povo». «Sentir-se-á o impacto, mas não seremos derrotados», frisou.

Solidariedade com Cuba em Miami 
Emigrantes cubanos e amigos da Ilha manifestam-se em Miami (Florida, EUA) contra o bloqueio (imagem de arquivo) Créditos / Prensa Latina

Na madrugada desta terça-feira, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, denunciou o facto de os EUA adoptarem um novo plano agressivo contra o seu país, em alusão ao reforço da política de máxima pressão, anunciado por Donald Trump na véspera e que proíbe os cidadãos norte-americanos de fazer turismo na Ilha.

«Os EUA adoptam um novo plano agressivo contra Cuba. Respondendo a interesses mesquinhos que não são representativos da maioria naquele país, reforçam ainda mais o bloqueio económico», disse o o chefe de Estado através da sua conta de Twitter (X).

No entender de Díaz-Canel, o objectivo do memorando que Donald Trump divulgou segunda-feira é «causar o máximo dano e sofrimento possível ao povo». «Sentir-se-á o impacto, mas não seremos derrotados», sublinhou.

Na mesma rede social, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, havia denunciado algumas horas antes aquilo que designou como «conduta criminosa» e «violação dos direitos humanos de todo um país», também ao referir-se ao novo reforço da política de pressão contra Cuba por parte dos EUA.

«O Memorando Presidencial contra Cuba dado a conhecer hoje pelo governo dos EUA reforça a agressão e o bloqueio económico que castiga todo o povo cubano e é o obstáculo principal ao nosso desenvolvimento», destacou o diplomata cubano.

Reforço da política de linha dura contra Cuba

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou esta segunda-feira um Memorando Presidencial de Segurança Nacional que intensifica a política de linha dura da sua administração contra a Ilha.

No memorando, divulgado num documento publicado pela Casa Branca, anuncia-se a aplicação de uma proibição legal ao turismo dos EUA para Cuba, bem como o apoio e o reforço do bloqueio económico, comercial e financeiro contra o país caribenho.

O comunicado sublinha que «restabelece e fortalece a sólida política em relação a Cuba» implementada no primeiro mandato de Donald Trump, revertendo as medidas do governo de Biden que «aliviaram a pressão».

Entre outras medidas, afirma que irá garantir o cumprimento das proibições impostas por via de auditorias periódicas, e estabelece a obrigatoriedade de «registos de todas as transacções relacionadas com viagens durante pelo menos cinco anos».

O memorando especifica ainda que, além de apoiar «o embargo económico a Cuba», se opõe «aos apelos das Nações Unidas e de outros fóruns internacionais» que exigem o fim da política hostil.

Na sua conta de Twitter (X), o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, favorável ao endurecimento do bloqueio e à ingerência nos assuntos internos de Cuba, enalteceu a liderança de Donald Trump, graças à qual, disse, os EUA se empenham na «promoção da liberdade e da prosperidade em Cuba». Acrescentou que, sob essa liderança, o governo de Cuba «será responsabilizado».

Recorde-se que, no seu primeiro mandato, Donald Trump promoveu a política de máxima pressão contra Cuba, em que se incluiu a aplicação de 243 medidas coercivas adicionais.

Já no actual mandato, voltou a incluir Cuba na lista unilateral de países que alegadamente patrocinam o terrorismo, de onde Joe Biden havia retirado o país caribenho, numa decisão de «última hora».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui