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EUA «querem derrotar Cuba e a solidariedade», alertam em Porto Rico

A Brigada Juan Rius Rivera, em Porto Rico, está habituada a lidar com os desafios das viagens a Cuba e prepara já a 35.ª jornada solidária com a Ilha, no contexto das restrições impostas por Trump.

Elementos da Brigada Juan Rius Rivera, de Porto Rico, na cidade cubana de Camagüey, em Julho de 2022 
Brigada Juan Rius Rivera (imagem de arquivo) Créditos / cadenagramonte.cu

Em declarações ao periódico Claridad, a coordenadora da Brigada e do Comité de Solidariedade com Cuba em Porto Rico, Milagros Rivera, alertou para a necessidade de estarem preparados «para uma campanha bastante dura».

Também deixou claro que o recrudescimento das restrições impostas pelo presidente norte-americano não vai impedir a realização da viagem solidária número 35 (no próximo ano), nem fazer abrandar o trabalho de apoio a Cuba.

«A Brigada viajou sempre em desafio. A certa altura, Bush, presidente, proibiu todas as viagens a Cuba, e então a brigada decidiu ir de barco para Cuba», recordou Rivera, que destacou o facto de, nesse ano (2004), amigos da República Dominicana os terem ajudado a fazer a viagem.

Sobre o memorando recente firmado por Trump, que proíbe as viagens de turistas norte-americanos a Cuba, a activista esclareceu que visa intensificar proibições que já estavam estabelecidas.

«O turismo como tal já está proibido. O que agora se acrescenta é um importante elemento de perseguição contra aqueles que se deslocam a Cuba», indicou, mas frisando que os que «vão apoiar o povo cubano têm autorização para viajar». Em seu entender, esta é a forma de os EUA promoverem as viagens a Cuba que têm como propósito subverter a ordem interna do país.

O CSC sempre desafiou as proibições

Porto Rico continua sob domínio colonial dos EUA e, nesse contexto, os membros da Brigada Juan Rius Rivera, que há mais de três décadas mantém o apoio firme à Ilha, foram alvo de perseguição federal norte-americana em várias ocasiões.

A coordenadora do CSC e da Brigada reconheceu que ainda é preciso fazer uma análise cuidada às consequências do memorando que Donald Trump assinou recentemente, mas deixou claro que a solidariedade com Cuba não vai parar por causa dele.

«Aquilo que posso garantir é que, cada vez que houve proibições, o CSC as desafiou e procurou uma forma de chegar a Cuba – e a Brigada 35 não vai ser uma excepção», disse Milagros Rivera.

Outro aspecto abordado pela activista foi a questão de, este ano, a Brigada Juan Rius Rivera não ter sido realizada no Verão, como é habitual, mas em Abril.

Rivera disse que isso se ficou a dever ao facto de terem querido celebrar em Cuba os 50 anos da derrota dos norte-americanos no Vietname, mas explicou que também já existiam preocupações com aquilo que Trump pudesse decretar – nomeadamente quanto à inclusão de Cuba na lista de países que alegadamente patrocinam o terrorismo ou às restrições de viajar.

«Tínhamos a preocupação de voltar a viajar no Verão, quando as restrições foram impostas, e sabíamos que precisávamos de mais tempo para ver como as enfrentamos», disse Rivera, que destacou o trabalho realizado pela Brigada em Abril, a participação nas celebrações da vitória vietnamita e nas comemorações do Primeiro de Maio em Cuba.

Solidariedade com Cuba não se limita à Brigada

Ao Claridad, a dirigente solidária disse que, para além das brigadas anuais, o CSC participa noutras iniciativas de apoio à Ilha. Assim, a título de exemplo, referiu que, em Outubro próximo, uma delegação porto-riquenha irá estar na Cidade do México para o IX Encontro Continental de Solidariedade com Cuba.

Também destacou a participação do CSC na Maratona Mundial de Amor por Cuba, dinamizada pela Rede Continental de Solidariedade com Cuba e as Causas Justas Latino-americanas e Caribenhas.

Rivera mostrou-se esperançada de que, no final deste ano, a campanha mundial, também com os pés firmes em África, na Europa e nos EUA, possa criar um dos maiores laços para avançar na «derrota do bloqueio, definitivamente e na prática».

Insistindo nas medidas de Trump, a dirigente solidária sublinhou que «não vão parar a solidariedade com Cuba». Ainda assim, destacou a necessidade de estarem alerta e preparados «para uma campanha bastante dura» porque «eles querem derrotar Cuba e a solidariedade».

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