«O controlo público da South Western Railway é um grande passo em frente e uma clara rejeição do modelo de privatização falhado», afirmou Eddie Dempsey, secretário-geral do National Union of Rail, Maritime and Transport Workers (RMT). No dia 25 de Maio, todos os trajectos realizados pela South Western Railway foram realizados num regime de gestão pública, marcando o fim de 29 anos de concessões privadas (a última das quais uma gestão conjunta das empresas privadas FirstGroup e MTR Corporation).
O próximo operador a ser recuperado para o controlo público será a c2c (que opera entre Londres e Essex, no sudeste de Inglaterra), já no próximo dia 20 de Julho, seguida pela Greater Anglia, em Outubro. Até 2027, outras sete empresas estão na calha para serem nacionalizadas quando as suas concessões chegarem ao fim. O Governo do Labour estima que a nacionalização de todo o sector ferroviário poupe cerca de 150 milhões de libras (perto de 180 milhões de euros) anuais aos cofres do Estado.
O processo a ser desenvolvido, no entanto, «está incompleto», defende Dempsey. Funções essenciais para o funcionamento dos comboios, como a limpeza e a segurança, continuam a ser «subcontratados a empresas privadas como a OCS, o STM Group, a Carlisle Support Services e a Adecco», privando estes trabalhadores dos «benefícios da nacionalização».
Muitos dos colegas subcontratados nestes serviços «provêm de comunidades negras e de minorias étnicas e estão encurralados numa força de trabalho de dois níveis», encurralados entre dois patrões (a empresa de comboios e a subcontratante), «sem acesso a subsídio de doença, com pensões deficientes e com salários de miséria». O RMT anuncia «uma campanha com unhas e dentes» para internalizar todos os serviços na esfera pública: estimativas do sindicato indicam que esta medida permitiria baixar os preços dos bilhetes em 4%.
O governo do Labour, no entanto, não anunciou qualquer intenção de reduzir o preço dos bilhetes para os utilizadores.
O início das operações privadas na South Western Railway começaram a 4 de Fevereiro de 1996, durante o governo conservador de John Major (1990-97). O processo de desmantelamento da ferrovia no Reino Unido já tinha, no entanto, começado antes, durante a gestão de Margaret Thatcher, com a privatização dos serviços de hotelaria, ferries, refeições e da British Rail Engineering Limited, a empresa pública de fabrico de comboios. A gestão da ferrovia na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte já está sob controlo estatal.
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