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Professores galegos manifestam-se em Compostela em defesa do ensino público

Por melhorias laborais reais, milhares de docentes do ensino público mobilizaram-se, este domingo, em Compostela. A culminar um mês de protestos, foi convocada para dia 28 uma greve geral no sector.

Milhares de pessoas enchem uma praça na capital galega em defesa do ensino público 
Créditos / Nós

A manifestação de ontem, que envolveu docentes e outros representantes da comunidade educativa galega, insere-se na dinâmica de luta que, ao longo do mês de Novembro, tem reivindicado menos alunos por turma, a recuperação do horário lectivo, o fim da «burocracia inútil» e salários «dignos e iguais» para todos.

Convocada pelas organizações sindicais CIG-Ensino, STEG (Sindicato de Trabalhadoras e Trabalhadores do Ensino da Galiza) e CSIF (Central Sindical Independente e de Funcionários), que representam mais de 60% dos docentes do ensino público na Galiza, a mobilização deste domingo denunciou «o acordo da vergonha», indica o diário Nós em alusão ao convénio assinado, a 11 de Outubro último, entre a Xunta e três dos quatro sindicatos que integram a mesa sectorial não universitária (CCOO, ANPE e UGT). O quarto é a CIG-Ensino.

Na terceira jornada de luta do sector – que terá seguimento a 28 de Novembro com uma greve geral –, os docentes galegos do ensino público percorreram as ruas da capital, Compostela, seguindo atrás de uma faixa em que declaravam que a classe «não se vende».

Um acordo de renúncias

Em declarações à imprensa, o secretário nacional da CIG-Ensino, Suso Bermello, referiu, quase no início da manifestação, que este é «um dia grande» para todo o ensino público, no qual cabe fazer «muitas perguntas».

Na manifestação de Compostela, este domingo a CIG criticou «a cobardia e a entrega sindical», que prejudica os professores / Nós

«A primeira é como se pode qualificar de histórico um acordo que leva a que os docentes que perderam os seus direitos pelas acções deste governo autonómico não os vá recuperar», frisou, em alusão às palavras do conselheiro galego da Educação, Román Rodríguez, que considerou o documento subscrito como «histórico».

Bermello, que denunciou que o acordo não traz melhorias e «é de renúncias», afirmou ainda que se trata de uma mobilização contra «a cobardia e a entrega sindical», que prejudica os professores.

Mal-estar

O representante sindical deu conta do «enorme» mal-estar que existe no seio dos docentes com este acordo, porque, disse, a questão não é só que não se recuperem direitos, mas, ao ser aplicado o acordo, «vem para ficar muitos anos».

Defendeu ainda que só a luta «muito forte» dos professores pode alterar o actual cenário.

Por seu lado, o secretário de Acção Sindical do STEG, Lois Pérez, também abordou o mal-estar no seio dos docentes galegos e declarou que estes têm «consciência de classe e sabem perfeitamente distinguir um acordo real para melhorar a qualidade do ensino público e o que é propaganda», indica o diário Nós.

Já Rosa Silva, responsável do sindicato CSIF na Galiza, disse que «não assinaram o acordo» porque lhes parece «ridículo» e «insultante» para os professores galegos.

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