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Greve nas maiores empresas do sector automóvel dos EUA

Sem acordo com o patronato, milhares de trabalhadores dos maiores fabricantes de automóveis nos EUA, filiados no sindicato United Auto Workers (UAW), entraram em greve.

Créditos / uaw.org

A paralisação, iniciada esta meia-noite, abrange a General Motors, a Ford Motor e a Stellantis, que se viram obrigadas a suspender a produção em várias fábricas.

Segundo refere The Guardian, é a primeira vez que os Três Grandes de Detroit são «atingidos» por uma greve em simultâneo, na sequência do falhanço das negociações com o UAW, que tinha dado como prazo limite a meia-noite desta quinta-feira.

De acordo com Shawn Fain, presidente do UAW, o objectivo é lançar uma série de greves «limitadas e selectivas», capazes de paralisar a produção nas diversas fábricas de automóveis pelo país.

À meia-noite, a greve arrancou em fábricas de Wentzville (Missouri), Toledo (Ohio) e Wayne (Michigan), dada a falta de acordo entre as partes para subscrever novos contratos.

«Os Três Grandes podem dar-se ao luxo de nos dar a nossa parte justa», havia afirmado Fain a propósito das negociações, avisando que, se as empresas insistissem em rejeitar as reivindicações dos trabalhadores, «então estariam a atacar-se a si mesmas».

O sindicato, que representa cerca de 150 mil trabalhadores, alega que, nas últimas duas décadas, se assistiu a uma desvalorização salarial no sector (entre 20% e 30%), num contexto em que os chamados Três Grandes aumentaram os salários dos directores executivos em 40%, auferiram lucros de centenas de milhares de milhões de dólares (250 mil milhões entre 2013 e 2022) e distribuíram dezenas de milhares de milhões pelos accionistas (66 mil milhões).

Além disso, lembra a estrutura sindical, a indústria deve receber incentivos recorde dos contribuintes com vista à transição para os veículos eléctricos.

«Podiam duplicar os aumentos salariais e não aumentar os preços dos automóveis que, mesmo assim, iriam obter milhares de milhões de dólares de lucro», disse Fain, exigindo mais para quem constrói a riqueza com o trabalho.

Entre as reivindicações dos trabalhadores, contam-se o aumento dos salários, o fim da discriminação salarial, o restabelecimento dos benefícios de saúde aos reformados, mais tempo livre remunerado e direitos para os trabalhadores afectados por encerramentos de unidades fabris.

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