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Adesão à greve superior a 90% na Abai da Corunha

A empresa de telemarketing anunciou a suspensão temporária dos contratos de trabalho a 341 funcionários no Estado espanhol, 70 dos quais no centro da Corunha. Aqui houve jornada de luta esta terça-feira.

Trabalhadores do centro de chamadas da Abai em greve na Corunha a 13 de Junho de 2023 
Créditos / CIG

Segundo refere a Confederação Intersindical Galega (CIG) no seu portal, mais de 90% dos trabalhadores do centro da Abai Business Solution na cidade corunhesa aderiram à greve convocada para esta terça-feira, rejeitando o «expediente de regulação temporário de emprego» (ERTE) que a empresa aplicou.

Nesta primeira jornada de greve (foi convocada outra para o próximo dia 19), os trabalhadores vieram para as ruas em manifestação, a partir dos escritórios da empresa, gritando que «vão parar» o expediente aplicado.

Para justificar a situação, que afecta 341 funcionários em todo o Estado espanhol, 70 dos quais no centro da Corunha, «a empresa argumenta que se acabaram as campanhas e que há uma diminuição da campanha da Movistar», disse Julián Pérez, delegado da CIG na Abai.

No entanto, para o sindicalista, isto não foi comprovado de forma «clara e fidedigna», pelo que suspeita de que «se trata de uma manobra para tentar aligeirar o quadro de pessoal».

Manifestação dos trabalhadores da Abai na Corunha / CIG

Pérez referiu-se ainda às dificuldades económicas que os trabalhadores afectados vão passar ao estar tanto tempo no desemprego, uma vez que a duração da suspensão aplicada pela Abai é de 12 meses, num sector em que os salários são baixos e em que existe uma precariedade elevada.

«O que tememos é que as pessoas a quem o ERTE é aplicado acabem por procurar outro trabalho, provocando baixa voluntária na empresa, que assim evitaria ter de pagar as indemnizações», disse.

O delegado sindical da CIG rejeitou os argumentos apresentados na fase de negociações pela empresa, alegando uma diminuição no volume de chamadas, mas sem referir dados concretos e complexos, e transmitindo informação que considerou «incongruente» com aquilo que procurava justificar.

Pérez disse ainda que, nas negociações, foi solicitado à Abai que esclarecesse o que se passou com o contrato de 13,8 milhões de euros que, segundo fontes da própria empresa, a Xunta da Galiza lhe adjudicou para o rastreio à Covid-19, com uma duração de 12 meses.

No entanto, este serviço apenas funcionou seis meses e, apesar de lhe ter sido pedida pelos sindicatos, «a direcção da Abai nunca facultou uma cópia do contrato com administração galega ou qualquer documento que mostre que o governo o findou antes de tempo».

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