Uma representação neerlandesa entrou na província de Hasaka, no Nordeste da Síria, em coordenação com as chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), com o pretexto de repatriar vários cidadãos holandeses membros da organização terrorista Daesh que estavam detidos pelas FDS, revela em comunicado o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros.
O texto, emitido ontem e divulgado pela agência SANA, denuncia igualmente a visita de uma delegação francesa, integrada por elementos da Fundação Daniel Mitterrand e do Município de Paris, à cidade de Qamishli, também no Nordeste do país, naquilo que «constitui mais uma acção do envolvimento directo de França na agressão à Síria».
Tais «práticas representam uma flagrante violação do direito internacional e uma agressão contra a soberania da República Árabe da Síria», afirma o comunicado, no qual o governo de Damasco insta a comunidade internacional, especialmente as Nações Unidas e os seus organismos, a assumir uma postura e obrigar os governos destes países a abandonar as suas políticas subversivas que visam impedir a recuperação da estabilidade no país.
Tentativa de imposição da identidade turca
Na mesma nota, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma que a Turquia está a impor documentos de identificação turcos nas zonas da província de Idlib, no Noroeste da Síria, ocupadas pelos terroristas.
As forças que operam sob o comando turco estão a criar uma secretaria de registo civil e a formar municípios nessas regiões ocupadas, denuncia o texto, de acordo com o qual os bilhetes de identidade sírios estão a ser substituídos por turcos.
«Isto representa o culminar da política de turquização seguida pelo regime turco, que será rejeitada pelos cidadãos sírios livres, tal como o fez a população síria nos Montes Golã ocupados com as tentativas de imposição da identidade israelita», afirma o texto.
A Turquia controla ainda áreas do território sírio nas províncias de Idlib, Alepo, Raqqa e Hasaka, ocupação que tem sido sistematicamente denunciada pelas autoridades de Damasco.
Intensificação de ataques terroristas em Idlib
Vadim Kulit, do Ministério russo da Defesa e subdirector do Centro de Coordenação da Rússia em Hmeimim (Latakia), revelou este sábado que os grupos terroristas da «Frente al-Nusra» levaram a cabo pelo menos 39 ataques, nas 24 horas anteriores, contra posições do Exército sírio a partir das zonas que controlam em Idlib.
Foram registados 21 ataques na província de Idlib, dez na de Latakia, quatro na de Hama e quatro na de Alepo, revelou Kulit, precisando que um militar sírio morreu e dois ficaram feridos nestes ataques e que 70 terroristas foram mortos na resposta das tropas sírias.
Em 2020, o Exército Árabe Sírio e forças aliadas conseguiram libertar mais de metade do território da província de Idlib, onde se mantém um cessar-fogo constantemente violado por forças terroristas como a Junta para a Libertação do Levante (antiga Frente al-Nusra) e o Partido Islâmico do Turquestão, integrado maioritariamente por mercenários uigures.
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