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Verdes contra «litoralização» da rede ferroviária

A linha de alta velocidade «acentuará a litoralização da rede ferroviária», com impacto «muito negativo» em Santarém, Portalegre e Castelo Branco. PEV vai enviar carta aberta ao ministro das Infraestruturas.

Créditos / Mapio.net

Com a nova ligação, cujas obras devem arrancar no próximo ano, e consequente desclassificação da Linha do Norte, Os Verdes temem uma «interiorização» do distrito de Santarém. Segundo explicam num comunicado, com a entrada em funcionamento da nova linha de alta velocidade «está previsto retirar todo o serviço rápido de passageiros da linha do Norte (alfas e intercidades), ficando só a circular nesta linha os comboios de mercadorias e os comboios de passageiros mais lentos (inter-regionais, regionais e urbanos)».

A decisão leva à eliminação de mais de dez comboios em cada sentido, obrigando a transbordos e deixando Lisboa, o Centro e Norte «ainda mais longe», tratando-se, critica o PEV, de medida «contrária ao direito à mobilidade» e «em contraciclo com a urgente resposta aos desafios climáticos». 

Os ecologistas adiantam que, caso esta intenção se concretize, ela terá um impacto muito negativo na articulação do transporte ferroviário de passageiros do distrito de Santarém, Portalegre e Castelo Branco com o resto do País, e vice-versa. Além da redução da a oferta de opções de serviço e de horários, o PEV alerta que os passageiros «serão confrontados com um aumento substancial do tempo útil passado numa viagem da longa distância e com uma redução brutal do conforto da mesma», nomeadamente nas deslocações para o Norte do país, visto que a articulação com a linha  de alta velocidade «só será feita perto de Coimbra».

Os Verdes concordam com a construção da nova linha, «atendendo à sobrecarga horária que estrangula há vários anos a linha do Norte», mas consideram que esta não pode ser feita à custa do agravamento do serviço de passageiros no distrito de Santarém e do «agravamento da interiorização do País».

Neste sentido, têm preparada uma carta aberta, dirigida ao ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que amanhã estará disponível para assinatura na Estação Ferroviária de Santarém. A missiva pela manutenção de serviços rápidos na Linha do Norte realça que a sua desclassificação «não é uma inevitabilidade», mas sim uma «opção política», salientando que os investimentos ferroviários devem contribuir para combater as desigualdades territoriais, «e não para as agravar».

A acção de contacto desta quinta-feira integra um conjunto de acções do PEV na área da mobilidade, estando também prevista uma agenda dedicada à Semana da Mobilidade, a anunciar em breve.

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