«Face à degradação da situação nacional, ao brutal aumento do custo da alimentação, da habitação e de todo o custo de vida», Os Mesmos de Sempre a Pagar apelam a todos os que sofrem com «esta dura realidade» que saiam à rua para exigir uma alteração da política que tem vindo a ser desenvolvida. O apelo é deixado num comunicado, divulgado às redacções, onde o movimento faz saber que estão já em andamento acções de protesto em Lisboa, Setúbal, Coimbra, Aveiro, Braga e Porto, e que outros núcleos nos distritos estão a programar as suas acções.
O movimento dá ainda a conhecer um manifesto, que será colocado a circular a fim de recolher assinaturas, e no qual se sintetiza a realidade que muitos portugueses vivem: «sobra cada vez mais mês para tão pouco salário». Mas onde se denuncia também a falta de vontade do Governo para contrariar esta realidade, de que faz parte a acumulação de lucros extraordinários por parte de grandes grupos económicos e financeiros.
«Baixaram os impostos nos combustíveis e quem ganhou foram as petrolíferas. O IVA zero como já se sabia, significa zero efeito nos preços. A grande distribuição continua a acumular lucros fabulosos à custa de quem vive do seu trabalho ou da sua reforma», refere-se no documento.
Os promotores da iniciativa reclamam medidas como a fixação e o controlo de preços e o estabelecimento de margens máximas, «porque descer o IVA sem controlar os preços só serve para encher os bolsos da especulação». Mas que, sobretudo, se proceda ao aumento geral de salários e pensões de modo a compensar o poder de compra perdido.
«Subir de forma generalizada os salários e as pensões porque é com eles que as pessoas pagam as contas e não com ajudas pontuais», lê-se no manifesto, onde se identifica também a necessidade de travar a subida dos juros dos empréstimos para habitação e a especulação em torno do seu preço e das rendas, e de aumentar a oferta pública de habitação a preços acessíveis. «Para tal, a Caixa Geral de Depósitos tem um papel fundamental, enquanto banco público, reduzindo o seu spread para os 0,25% de forma a compensar o aumento da taxa Euribor», lê-se no manifesto.
A redução do IVA na electricidade, o controlo de preços nos combustíveis e na energia e a taxação dos lucros extraordinários dos grandes grupos económicos são outras reivindicações d'Os Mesmos de Sempre a Pagar, que nos últimos meses vêm desenvolvendo acções a nível nacional contra o aumento do custo de vida.
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