A iniciativa realizou-se esta sexta-feira, com o objectivo de alertar para as consequências da crise vivida pelo sector. Uma acção de luta simbólica, que levou à colocação, em frente à Câmara Municipal do Porto, de um par de botas por cada vacaria encerrada durante o último ano.
O protesto teve como principal objectivo «alertar o Governo e os vários partidos para a necessidade de aplicar no terreno a nova Política Agrícola Comum (PAC), permitindo a sobrevivência imediata dos agricultores», ao mesmo tempo que pretende «desafiar, mais uma vez, a indústria e a distribuição a dialogarem para colocar o preço do leite ao produtor em níveis sustentáveis», lê-se em comunicado da APROLEP.
Os produtores de leite exigem ao Ministério da Agricultura que defenda efectivamente o sector. Marisa Costa, vice-presidente da associação, alertou para o risco de, em 2021, virem a fechar «mais 200 ou 300 [vacarias]» e rejeitou a ideia da tutela de que os agricultores querem viver à custa de apoios: «qualquer produtor de leite abdica dos apoios desde que seja pago "um preço justo"», afirmou à Lusa.
No sector leiteiro «restam apenas quatro mil agricultores» e «os que resistem, ou sobrevivem, estão cansados, revoltados e muito preocupados com o futuro», declarou, sublinhando que, em Dezembro passado, «o preço médio ao produtor foi 30,4 cêntimos por quilo, um dos mais baixos da Europa».
Persiste a prática de pagar aos produtores preços «abaixo dos custos de produção», o que é uma das principais lutas desde o surgimento, há 11 anos, da APROLEP, que exige «um preço justo».
Com agência Lusa
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