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Privatização da EDP continua a ser lucrativa para quem a negociou

Eduardo Catroga, o homem escolhido por Passos para negociar os PEC e o programa da troika com Teixeira dos Santos, vai ser recompensado com um cargo internacional na maior accionista da EDP – de onde sai.

Eduardo Catroga foi um dos principais conselheiros de Pedro Passos Coelho no período que antecedeu a chegada deste à chefia do governo
Eduardo Catroga foi um dos principais conselheiros de Pedro Passos Coelho no período que antecedeu a chegada deste à chefia do governoCréditosManuel de Almeida / Agência LUSA

A lei impõe a saída de Catroga da presidência do conselho geral e de supervisão da EDP em Abril próximo e já tinha sido noticiado que a China Three Gorges, a principal accionista da empresa desde a última fase de privatização, no final de 2011, escolheu Luís Amado (que foi ministro dos Negócios Estrangeiros do PS e, posteriormente, presidente do Banif).

De acordo com o ECO, Eduardo Catroga vai passar a «gerir a participação dos chineses da China Three Gorges na Europa», não sendo ainda conhecida a remuneração que vai auferir. Na EDP, só a título de remuneração fixa, Catroga embolsou 515 mil euros em 2017, ano em que participou em 11 reuniões do órgão a que ainda preside.

Recorde-se que Catroga negociou com o PS os vários programas de estabilidade e crescimento (que ficaram conhecidos como PEC 1, 2, 3 e 4) e o programa da troika em nome do PSD de Passos Coelho. Neste último documento constava a privatização da parte do capital da EDP que ainda estava nas mãos do Estado, a qual acabou por ser ganha pelos seus novos patrões. Na época, já era membro do conselho geral e de supervisão da eléctrica e, no ano seguinte, foi promovido para presidente.

Uma vida repartida entre o PSD e os negócios

Eduardo Catroga tem 75 anos e foi o último ministro das Finanças de Cavaco Silva, apesar de cultivar a aura de independente. Foi professor universitário antes do 25 de Abril, numa altura em que trabalhava num dos grupos monopolista que eram sustentáculos do regime fascista: a CUF dos Mello, herdeiros de Alfredo da Silva. Em 1974 foi promovido a director financeiro e passou a ter lugar no conselho de administração até à nacionalização, em 1975.

Manteve-se no grupo nacionalizado até 1980, quando transitou para a Sapec, uma empresa belga do sector químico com a qual mantém ligação. Entre 1982 e 1988 presidiu à associação patronal do sector.

Depois da passagem pelo governo de Cavaco, foi recuperado para o seu partido de sempre – e mais uma vez com o título de independente – por Passos Coelho. A fotografia que registou o momento em que firmou o acordo em torno do Orçamento do Estado para 2011 com Teixeira dos Santos, então ministro das Finanças, foi tirada com o seu telemóvel e na sua casa.

Polémicas pós-governo

As suas decisões como ministro das Finanças, num período agitado no que à privatização da banca diz respeito, levaram-no a ser citado em tribunal, alguns anos depois. Em 2001, foi acusado de beneficiar o BCP na privatização do Banco  Português do Atlântico (BPA), como moeda de troca pela entrega do Totta & Acçores a António Champalimaud. A acusação foi feita por um antigo alto quadro do BPA no âmbito de uma acção interposta pela Sonae, que foi afastada da privatização pelo governo.

Em 2005, ainda antes do anúncio formal de candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República, já Eduardo Catroga contactava potenciais apoiantes para que contribuíssem com donativos financeiros para a campanha eleitoral, como contou na altura ao Diário de Notícias.

Na mesma altura, ao Correio da Manhã, revelava-se favorável à liberalização da prostituição, afirmando que haveriam ganhos nos impostos, mas particularmente «ao nível da saúde pública e da qualidade ambiental».

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