«Vamos concentrar-nos em falar daquilo é o nosso compromisso com os portugueses e daquilo que realmente interessa à vida dos portugueses. Os portugueses não estão muito interessados em saber quem é que vai atrás de quem, quem é que fala com quem em que dia, nem em saber se o debate é mais aqui ou é mais ali», foi assim que Luís Montenegro abordou as acusações que lhe são feitas de nunca falar dos problemas do país.
Em Évora, distrito escolhido por PSD e CDS-PP para a realização das suas jornadas parlamentares, o também presidente do PSD começou a preparar o debate do estado da nação que irá ocorrer na próxima quinta-feira. O discurso do primeiro-ministro foi uma resposta aos que, constatando a realidade, criticam o Executivo de criar problemas artificiais que na realidade não existem.
«No debate do estado da nação lá estaremos para dar a cara pela política de saúde que estamos a desenvolver», disse Luís Montenegro, andando às voltas sem assumir a responsabilidade política que lhe é exigida e minimizando os problemas: «Nós não estamos indiferentes aos casos, mas o país não pode viver na agonia apenas desses casos quando tem milhares de casos ao mesmo tempo que são bem-sucedidos. O país também tem de reconhecer que o SNS, vamos dizer isto com as letras todas, na maior parte dos casos responde bem».
Apesar da aparente vontade de querer discutir problemas concretos, Luís Montenegro não resistiu em cavalgar a demagogia reinante do seu Governo e voltou a insuflar as narrativas que lhe dão espaço mediático. «É preciso resolver o problema dos imigrantes, temos de resolver o problema dos imigrantes; é preciso resolver o problema da segurança nas ruas, temos de resolver o problema da segurança nas ruas; é preciso resolver os constrangimentos do SNS, vamos concentrar-nos em resolver os problemas dos constrangimentos do SNS», insistiu.
Num discurso pretendia mostrar a coragem de falar dos temas difíceis, o primeiro-ministro, que prometeu tudo, nada entregou, mais uma vez. Do encerramento das jornadas parlamentares saiu apenas a promessa de que no futuro serão abordados os temas que importam à vida do povo e dos trabalhadores, mas somente no futuro, porque o presente serve apenas para as manchetes.
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