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Os Verdes querem mais e melhores transportes para mitigar alterações climáticas

O Dia Mundial do Ambiente foi assinalado no Parlamento por uma iniciativa do PEV sobre alterações climáticas e o transporte público como factor essencial para a sua mitigação.

A deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista «Os Verdes», foi a primeira a intervir no debate quinzenal desta tarde
A deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista «Os Verdes». Tiago Petinga / Agência LUSA CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

Os Verdes trouxeram à discussão da Assembleia da República o que há muitos anos reclamam: «adopção de medidas de mitigação e de adaptação às alterações climáticas, quer ao nível mundial, quer ao nível nacional».

No debate, Heloísa Apolónia invocou que a urgência climática já deveria há muito ter «sido levada a sério» pois, segundo a parlamentar, quando nos anos 90 os Verdes alertaram para o problema, ao mesmo não foi reconhecida a importância devida e «só quando o problema verdadeiramente bate à porta é que muitos começam a despertar para ele e esse desprezo pela urgência de medidas a tomar gerou vulnerabilidades e riscos que poderiam ter sido evitados ou minimizados».

Causas e problemas à vista de todos

Heloísa Apolónia deixou claro no debate que o País está a viver «consequências agravadas por vulnerabilidades construídas com políticas erráticas e erradas, que mais olharam aos interesses económicos imediatos do que à segurança e à sustentabilidade do território», como aconteceu com a floresta subjugada aos «interesses das celuloses», ou com o abandono do mundo rural cujos responsáveis, apontados pelo PEV, são tanto a União Europeia como os governos portugueses subservientes a essas políticas.

O PEV salientou como determinante a sua iniciativa que levou à alteração da lei da arborização e rearborização, «aquela que ficou conhecida como a lei da liberalização do eucalipto, da responsabilidade de Assunção Cristas e do Governo PSD/CDS-PP».

E lembrou ainda a política de sucessivos governos que em três décadas encerrou cerca de 1300 km de linhas ferroviárias abandonando o interior, assim como o Memorando com a Troika (assinado por PSD, CDS-PP e PS) que propunha «o encerramento de 800 km de linhas ferroviárias de modo a equilibrar o défice».

Para este partido «o equilíbrio das contas públicas não se faz através do corte de investimento em sectores fundamentais para dar resposta aos cidadãos, mas sim através do fomento de uma actividade produtiva sustentável que gere riqueza, postos de trabalho e mais receitas para o Estado».

«Mais do que desculpas», é preciso investir no transporte colectivo

Os Verdes entendem ser imprescindível o investimento no transporte colectivo de passageiros para a diminuição do CO2 e nesse sentido entendem ser urgente uma «política de transportes que mobilize os cidadãos para a utilização dos transportes colectivos» como forma de termos «cidades e localidades mais sustentáveis, de diminuir as emissões de gases com efeito de estufa e, também, de garantir o direito à mobilidade dos cidadãos e a ligação do nosso território».

A diminuição do preço do passe social é, nesse sentido, uma conquista importante para o partido pois «um preço acessível e mobilizador é determinante para que os cidadãos optem por utilizar diariamente os transportes públicos». Mas, reforçam, é necessário que haja oferta de «horários compatíveis com as necessidades das pessoas» e que sejam tidas em conta «a questão da regularidade e interligação de transportes, bem como a questão do conforto e da qualidade do meio de transporte».

O PEV entende assim que «a mobilidade colectiva, assim como a mobilidade activa ou suave são as grandes apostas estratégicas a construir no presente para garantir um futuro de sustentabilidade».

Neste sentido, Heloísa Apolónia chamou a atenção para a iniciativa dos Verdes que levou à reposição do transporte diário de passageiros na linha do Leste, que tinha sido suprimido pelo anterior governo PSD/CDS-PP.

Para os Verdes é urgente mais investimento para a aquisição do necessário material circulante e manutenção quer de navios, quer de comboios em circulação. O que obriga à defesa da gestão pública de empresas como a EMEF, a CP ou a Soflusa, e a contratação de mais trabalhadores para dar resposta às necessidades.

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