Segundo a nota do Ministério das Finanças, o défice das contas públicas foi de 2225 milhões de euros, enquanto o saldo primário – a diferença entre a receita e a despesa públicas, sem contar com os encargos da dívida – foi superior a 1500 milhões, nos primeiros cinco meses de 2018.
Os valores representam uma variação significativa face ao mesmo período do ano passado, mas são explicados pelas Finanças com o aumento dos reembolsos de IRS e IVA e as alterações de calendário no IRC, que implicaram uma redução da receita que, em 2017, aconteceu nos meses seguintes.
No entanto, os número revelam ainda uma subida dos juros, em sentido contrário da promessa do Executivo de que 2018 seria um ano de descida para os encargos com a dívida pública portuguesa. Até Maio, a despesa com juros subiu mais de 300 milhões de euros, quando comparados com o que foi pago em 2017 – valor que corresponde a metade do que o Governo diz ser preciso para contabilizar o tempo de serviço dos professores durante o congelamento das progressões.
Nos primeiros 150 dias do ano, os juros subiram a uma média diária de cerca de 2,5 milhões de euros. Um dos efeitos que contribuíram para a evolução, como se verificou no mês passado, foi o acordo firmado entre o Estado português e o Santander Totta em torno dos contratos swap das empresas públicas de transporte, com um acréscimo de 350 milhões de euros em relação aos metros de Lisboa e Porto.
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