O Partido Socialista decidiu as suas prioridades e melhorar a vida das pessoas não consta nos planos gizados no Largo do Rato. José Luís Carneiro, fazendo jus à viragem à direita que queria encabeçar, enviou uma carta ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, na qual propõe um «acordo estratégico» sobre Defesa no prazo de três meses.
Segundo o noticiado pelo Público, o secretário-geral do PS, fez uma proposta de «Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa». Para o mesmo, «os momentos de redefinição estratégica exigem unidade de propósitos, visão de longo prazo e sentido patriótico» e é importante «um consenso político alargado e duradouro que assegure previsibilidade estratégica, continuidade de investimentos e eficácia na execução».
«Venho propor formalmente a abertura de um diálogo institucional entre o PSD e o PS, com vista à definição de uma plataforma de convergência parlamentar em matéria de Defesa Nacional, em particular no que respeita ao investimento estratégico. Esse consenso deverá assentar em princípios estruturantes, orientações estratégicas partilhadas e num conjunto de medidas concretas, que envolvam os sectores da indústria, da ciência, da inovação, da educação e da administração pública», diz a carta de José Luís Carneiro.
Importa frisar que a carta enviada surge depois do «habituem-se» que Hugo Soares, líder da bancada parlamentar do PSD, disse a propósito dos acordos entre os Governo e o Chega, pondo fim à falaciosa narrativa do «não é não» e das «linhas vermelhas», demonstrando que o partido de extrema-direita é o parceiro preferencial da AD.
A carta revela ainda surpresa pelo Governo, na Cimeira da NATO, ter assumido «compromissos de investimento e alocação de recursos públicos muito para além do que tinha conversado com o PS na reunião de 18 de Junho», algo que devia ter deixado claro que José Luís Carneiro e o seu partido pouco contam para o Executivo de Luís Montenegro. Ao invés de procurar ser uma força de oposição consequente que lute por uma alternativa política para o País, o PS parece querer ser o parceiro preferencial de um projecto de destruição das funções sociais do Estado.
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