|Defesa Nacional

Governo, Chega e PS alinhados no aumento do investimento na suposta Defesa

Com o Governo a querer atingir os 2% de despesa na área da Defesa Nacional, a mando dos senhores da guerra, Chega diz que o Executivo da AD pode contar consigo e o PS garante convergência na matéria.

CréditosTiago Petinga / Lusa

«Concordei genericamente com o que disse o primeiro-ministro nesta matéria, acho que estamos de acordo em relação às metas que é preciso alcançar. É evidente que estamos ainda a falar de uma conversa preliminar, tanto quanto percebi também, nem em termos orçamentais, nem em termos de investimento estrutural, este plano está completamente definido, porém há a vontade de fazer, de alcançar essas metas». Foi assim que André Ventura, presidente do Chega garantiu total apoio, mais uma vez, ao «sistema» e aos gastos na guerra.

O presidente do Chega foi ouvido pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, em São Bento, após a votação da moção da rejeição ao Programa de Governo, que os deputados do partido de extrema-direita acabaram por votar contra, alinhando-se aos objetivos estabelecidos pela AD, mesmo o documento conter medidas que prejudicam os portugueses e que nunca tinham sido apresentadas durante a campanha eleitoral.

A reunião entre André Ventura e Luís Montenegro serviu de auscultação para o aumento nos gastos da defesa, em particular o objectivo de alcançar os 2% do PIB em despesa para cumprir as orientações da NATO. Ventura rejeitou fazer «jogo político» ou «confronto» com a área da Defesa, garantindo que «nesta matéria [o Governo] contará com o Chega para pragmatismo, responsabilidade e decisão o mais rápido possível.

Para o partido que não hesita gritar «vergonha» sempre há falhas no serviços públicos, parece não haver problema algum no desvio de recursos para a guerra, mesmo que isso signifique que as funções sociais do Estado saem lesadas com essa acção.

Já pelo PS, foi Carlos César, presidente do partido, acompanhado por José Luís Carneiro, candidato único à liderança, à reunião com Luís Montenegro, garantindo também sintonia com as pretensões governativas. «Compreendemos que, face à emergência que estamos a viver e com que nos estamos a confrontar no espaço europeu, é importante que já neste ano de 2025 o Governo possa fazer um esforço no sentido de se aproximar dos 2% de despesa na área da Defesa Nacional», disse o representante do PS.

«Estamos, por isso, em convergência, é certo, do ponto de vista dos valores e do ponto de vista dos objetivos. Mas para nós é fundamental que o Governo nos faça uma leitura mais precisa da que hoje tem, sobre o impacto económico, o impacto financeiro, quer em termos das capacidades militares que devem ser acrescidas, quer em termos da nossa economia nacional», disse Carlos César, manifestando preocupações relativamente à sustentabilidade do que entende ser «Estado social».

A par desta questão, o presidente do PS fez questão de relembrar que foi o seu partido a garantir que havia condições para desviar recursos para a guerra: «[foram os anteriores governos do PS que] conseguiram dotar o país de meios financeiros e de uma saúde em matéria de finanças públicas que lhe permitam um sobre-esforço na área da Defesa Nacional».
 

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