Não é de agora que se sabe que a agricultura é um dos parentes pobres do Governo, mas mais uma vez a realidade confirma a avaliação. De acordo com o comunicado da CNA onde consta a avaliação da publicação da resolução do Conselho de Ministros que prorroga a execução do Programa Nacional de Regadios até 2028, o Governo falhou na execução do Plano Nacional de Regadios.
Para a CNA, o Governo tentou mais uma vez uma manobra de retórica, uma vez que dá com uma mão, mas tira com a outra, já que efectivamente existe um reforço do investimento, só que grande parte desse investimento deveria ter sido executado até 2023. Para isto veja-se que o anterior Plano Nacional de Regadios, aprovado em 2018, estava previsto uma execução de 560 milhões de euros até ao final de 2023, algo que não se concretizou.
Segundo a mesma, dos 560 milhões de euros previstos, entre 2018 e 2023, foram apenas executados 280 milhões, menos de 40%. A questão é que o Governo não executa, não admite que não executa, mas promete, uma vez que anuncia 608 milhões de euros até 2028, quando nem os 560 milhões de euros iniciais foram executados.
A organização que representa os agricultores conclui assim que «a falta de investimento no regadio e a não execução dos projectos são gravíssimas para o sector e para o País, ainda mais num contexto de alterações climáticas, com fenómenos climáticos cada vez mais frequentes e prolongados», e que «Este é mais um claro exemplo desta governação que, além de uma suborçamentação crónica do Ministério, não executa mesmo quando está orçamentado».
Em período de eleições, a CNA afirma mesmo que «a aposta no regadio é essencial para o desenvolvimento da agricultura e do País e para isso é preciso um novo Governo com um Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural forte e com capacidade para dar respostas às necessidades da agricultura e do Mundo Rural».
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