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Favores à direita: Carneiro defende voto contra moção de rejeição do PCP por «boa fé»

O candidato único à liderança do PS quer ser o rosto do aprofundamento da viragem à direita no PS e, por «boa fé», quer «cooperar» e votar contra a moção do PCP que visa rejeitar o Programa de Governo que contém privatizações e a destruição do SNS.

CréditosJosé Sena Goulão / Lusa

Depois da demissão de Pedro Nuno Santos de secretário-geral do PS na sequência do resultado das eleições legislativas, José Luís Carneiro anunciou que é novamente candidato à liderança do seu partido, isto depois de ter perdido as eleições directas para o líder demissionário. 

José Luís Carneiro, encarado pela opinião pública como um dos rosto da ala à direita dentro do seu partido, não fez por esperar para dar provas da sua fama e face ao anúncio do PCP de apresentação de uma moção de rejeição ao Programa de Governo, o candidato a secretário-geral do PS defendeu que o seu grupo parlamentar devia votar contra. 

Para José Luís Carneiro votar contra um documento que rejeita o projecto reaccionário de direita  é um sinal «de boa-fé», para «cooperar» e «garantir estabilidade» ao Executivo da AD. A ideia parece dar condições ao Governo liderado por Luís Montenegro para colocar em marcha todo o programa eleitoral com que a sua coligação se apresentou a eleições. 

Recorde-se que antes da queda do Governo, tinham já sido anunciadas Parcerias Público-Privadas no SNS, um conjunto de privatizações, a possibilidade de aumento de propinas no Ensino Superior ou revisão da legislação laboral. Para esta legislatura, com a composição actual da Assembleia da República, a Iniciativa Liberal fez o favor à AD e ao Chega e abriu caminho a uma eventual revisão constitucional. 

Com tudo isto em cima da mesa, no seu espaço de comentário na CNN Portugal, José Luís Carneiro diz que o voto contra na moção de rejeição anunciada pelo PCP visa «criar as condições para que possa entrar em exercício de funções». Já sobre o Orçamento do Estado, o candidato à liderança do PS limitou-se a dizer: «vamos aguardar pela composição dos órgãos do meu partido. No PS o secretário-geral tem o dever de ouvir a direção do partido». 
 

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