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Caos nas urgências. PS é o garante de que a culpa não morre solteira

Para a FNAM, o encerramento e condicionamento das urgências tornou-se algo «trivial» para o Governo «que não teve a competência de conseguir atrair e fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde». Se foi difícil no Natal, teme-se o pior para os últimos dias do ano.

CréditosRodrigo Antunes / Lusa

A actual situação que se vive nos Serviços de Urgência é o corolário das opções políticas do Governo do PS. Esta é, pelo menos, a avaliação que a FNAM faz do encerramento e condicionamento de quase metade das urgências de norte a sul do país.

Em comunicado, a estrutura representativa dos médicos não poupa as críticas e afirma que o Ministério da Saúde liderado por Manuel Pizarro «não teve a competência de conseguir atrair e fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde». Isto num ano em que o número de médicos reformados atingiu o pico de 822. 

A FNAM encara o actual estado do SNS com bastante preocupação, uma vez que se as insuficiência verificadas durante a quadra natalícia já forma graves, «teme-se o pior para os últimos dias do ano, onde os períodos após as celebrações são tradicionalmente mais exigentes»,

A falta de médicos no SNS continua a ser um dos elementos centrais no quadro de problemas existentes, mas no entanto o Governo e ministro continuam com a sua narrativa de abnegação da realidade, uma vez que insistem «em anunciar o regresso de uma normalidade que só existe no seu imaginário». 

Exemplos não faltam e a FNAM sustenta a sua avaliação na observação do concreto. No Centro Hospitalar Universitário de Santo António, no Porto, os médicos internos têm sido forçados a colmatar a falta de médicos especialistas, havendo dias com um único médico interno a assegurar urgência externa de Medicina Interna, e em simultâneo pelo menos 140 doentes internados a cargo dessa especialidade, sem médico especialista na escala de urgência interna.

Já no Hospital de Leiria, no Centro, durante o fim de semana que terminou no dia de Natal, o caso não era melhor, com serviços dependentes de apenas dois médicos especialistas e dois internos de formação geral, que não têm a experiência necessária para, com a necessária segurança para os doentes, praticarem actos médicos de forma autónoma. Durante a noite da véspera de Natal todo o hospital esteve entregue a 1 especialista, 2 generalistas e a 2 internos do 1º e do 2º ano. 

Já no Algarve, há alguns Serviços de Urgência a alternar entre os hospitais de Faro e de Portimão, sem capacidade de assegurar o funcionamento em simultâneo. É o caso da Pediatria, da Ginecologia-Obstetrícia, da Gastrenterologia e, mais recentemente, da Urologia.

Como forma de luta, mas também de protecção dos profissionais de saúde, a FNAM disponibiliza aos médicos uma declaração de declinação de responsabilidade funcional com o objectivo de rejeitar toda e qualquer responsabilidade decorrente da prática de actos médicos, sempre que estejam perante condições inadequadas ao exercício das suas funções.

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