|Câmara Municipal de Grândola

Câmara de Grândola dá parecer negativo a megaprojecto de exploração mineira

A Mina da Lagoa Salgada quer explorar minérios numa área de 7 mil hectares de áreas naturais classificadas. Autarquia denuncia ameaças aos recursos hídricos, à biodiversidade e à saúde pública do concelho de Grândola.

Trabalhos na Mina da Lagoa Salgada, que abrange território dos municípios de Grândola e Alcácer do Sal 
Créditos / Rádio M24

A Mina da Lagoa Salgada, um projecto da Redcorp – Empreendimentos Mineiros, quer explorar minérios (cobre, chumbo, zinco, prata e ouro, entre outros) num espaço de 7 mil hectares que abrange a União de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra e a freguesia do Torrão (Alcácer do Sal). Depois de um primeiro chumbo da Agência Portuguesa do Ambiente, em 2019, a empresa voltou à carga, tendo terminado hoje o processo de consulta pública.

Caso avance, a Mina da Lagoa Salgada começará, em 2026, a preparar a abertura em 2027. A partir desse momento, a exploração mineira pretende operar, até 2036, num ritmo constante, todas as horas de todos os dias, sete dias por semana. Por todos os transtornos, a Câmara Municipal de Grândola receberá 400 mil euros por ano, entre «70 cêntimos a 1 euro por tonelada de resíduos tóxicos», explica a associação Proteger Grândola.

Em comunicado divulgado hoje, a Câmara Municipal de Grândola (CMG), de maioria CDU, anunciou ter emitido um «parecer desfavorável ao projeto da Mina da Lagoa Salgada» no âmbito da consulta pública.

A autarquia considera que o projeto «viola» o Plano Director Municipal «ao ignorar zonas protegidas pela Estrutura Ecológica Municipal, ameaça recursos hídricos, coloca em causa a saúde pública, devido a poeiras, ruído e vibrações de explosões subterrâneas, destrói a biodiversidade e coloca em causa a qualidade de vida da população».

Para além de estarem na linha da frente de todas as consequências da frenética exploração mineira, serão também os aglomerados rurais de proximidade a ser prejudicados no seu desenvolvimento, que fica, afirma a CMG, «seriamente comprometido». Ao final do dia 30 de Abril, tinham sido feitas 629 participações públicas sobre a Mina da Lagoa Salgada.

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