Os quatro responsáveis reuniram-se esta terça-feira para tomarem uma posição face à decisão de encerramento da urgência pediátrica do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, em período nocturno e aos fins-de-semana, conforme anúncio recente da direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) – a estrutura que o Governo instituiu na tentativa de iludir um afastamento relativamente às decisões políticas que vêm sendo tomadas.
Os autarcas, cujo entendimento sobre o investimento e gestão do SNS difere – recorde-se que o presidente da Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço saúdou a não renovação da parceria público-privado (PPP) no Hospital de Loures, defendendo a gestão pública, enquanto os restantes têm vindo a defender o regresso da PPP –, repudiam a decisão tomada no âmbito do que o Governo designa por «reorganização» dos serviços de urgência, e que no Beatriz Ângelo vigora desde o passado dia 1.
«Não serve as populações dos municípios, considerando a área geográfica e uma população de cerca de 300 mil utentes a que [o hospital de Loures] presta serviço, em territórios com crescente fixação de população jovem», lê-se num comunicado conjunto, remetido pela Câmara de Sobral de Monte Agraço, que, com o fecho das urgências de Torres Vedras, é o município mais afectado pela «reorganização» do Governo.
Segundo a missiva, os presidentes dos concelhos serviços pelo Hospital Beatriz Ângelo exigem a resolução «a curto prazo desta problemática, reconhecida pelo ministro da Saúde e assumido o compromisso no sentido de minimizar o impacte do encerramento da urgência pediátrica, tendo sempre como horizonte a plenitude dos serviços de urgência pediátrica por se tratar de um hospital recente e com condições técnicas e de equipamentos de referência». Neste sentido, reforçam o pedido de reunião urgente com Manuel Pizarro, «na sequência do compromisso assumido pelo ministro após análise e avaliação da situação».
Esta quarta-feira, a Câmara Municipal de Loures votou favoravelmente uma moção, apresentada pelos eleitos da CDU, a exigir que o Governo «tome todas as medidas urgentes» para o funcionamento das urgências pediátricas do Beatriz Ângelo, 24 horas e todos os dias do ano, contratando e fixando os profissionais de saúde necessários para assegurar o atendimento urgente.