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O Beatriz Ângelo funcionava melhor em PPP?

Tem sido um dos argumentos de campanha da direita, designadamente da IL, que propõe o regresso do regime de parceria público-privado ao hospital de Loures, alegando ser mais eficiente. Mas os utentes desmentem. 

Hospital Beatriz Ângelo está entre ao grupo Mello Saúde no âmbito de uma PPP
CréditosHipersyl / CC BY-SA 4.0

Foi em 2012 que o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, gerido desde o início em regime de parceria público-privado (PPP) com o grupo Luz Saúde começou a receber utentes. A gestão privada estendeu-se até 2022. Com o seu fim, alimentou-se uma campanha relacionada com as dificuldades de acesso, nomeadamente às urgências, mas a unidade de saúde já estava em défice de pessoal quando passou para a esfera pública e constrangimentos «sempre houve», admite Fernanda Santos, da Comissão de Utentes do Hospital Beatriz Ângelo, em declarações ao AbrilAbril. «Desde a abertura que assistimos a picos de urgência e o hospital sempre teve listas de espera muito grandes para cirurgias e consultas», adianta.

Recorde-se que, numa auditoria divulgada em 2015 com o objectivo de avaliar a sustentabilidade da parceria e o desempenho do estabelecimento hospitalar, o Tribunal de Contas reunia nas suas conclusões gerais factos nada abonatórios para a gestão privada. «Não resulta evidente, da análise do primeiro ano de actividade completo [2013] do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, uma maior eficiência decorrente do seu modelo de gestão privada, em PPP, face à gestão de outras unidades com gestão pública empresarial do Serviço Nacional de Saúde», lia-se no relatório.

A entidade reconhecia «debilidades» no acesso às primeiras consultas e no serviço de urgência, que, acrescentava, «não tem, assim, demonstrado capacidade de resposta para atender atempadamente os utentes», enquanto que o financiamento por doente tratado era também mais elevado comparativamente a centros hospitalares públicos usados na análise comparativa.  

Fernanda Santos reconhece que as dificuldades de acesso se agudizaram desde a passagem para a gestão pública, porque «não foi feito nada para reter os profissionais de saúde» que foram levados pelo grupo privado, e outros que saíram desde então. A situação agrava-se num território onde, há poucos meses, cerca de um terço dos 278 mil utentes servidos pelo Hospital Beatriz Ângelo não tinha médico de família. A opção política de não reter profissionais de saúde no SNS, com condições de trabalho e salários valorizados, tem sido precisamente uma das críticas apontadas pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), e a razão para a degradação do acesso à saúde, que o Governo do PS, através da direcção executiva do SNS que criou, tentou escamotear com o argumento da reorganização

Além de um quadro de pessoal deficitário, Fernanda Santos lembra que a gestão pública herdou equipamentos de diagnóstico que «não eram inspeccionados há vários anos», comprometendo assim a fiabilidade dos exames. 

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