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A União Africana não aceita ser arma de arremesso da «comunidade internacional»

A guerra na Ucrânia e as sanções aplicadas pelo ocidente podem desencadear uma situação de fome sem precedentes no continente africano. África vai manter relações comerciais com a Rússia, contra a vontade da UE e EUA.

O partido de Macky Sall, presidente do Senegal, integra a Internacional Democrática, do qual faz parte Charles Michel, presidente do conselho europeu. O Partido da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa, representado em Portugal pela Iniciativa Liberal, é uma das organizações que coopera com a Internacional Democrática.
O partido de Macky Sall, presidente do Senegal, integra a Internacional Democrática, do qual faz parte Charles Michel, presidente do conselho europeu. O Partido da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa, representado em Portugal pela Iniciativa Liberal, é uma das organizações que coopera com a Internacional Democrática.CréditosTobias Schwarz / AFP

O Programa Alimentar Mundial estima que os efeitos da guerra e sanções empurrarão 47 milhões de pessoas para uma situação de insegurança alimentar em 2022. A grande maiora destas pessoas vive no continente africano, dependente dos cereais importados da Rússia e da Ucrânia (juntos, representam quase um 1/3 deste mercado).

Se a Ucrânia se vê impossibilitada de exportar os seus cereais – em consequência da situação de guerra em que se encontra actualmente –, os cereais russos, indispensáveis para milhões de pessoas (Ruanda, Tanzânia, Senegal, Egipto, Benim e Somália são, em diferentes graus, dependentes deste mercado), não chegam a quem deles necessita por causa das sanções aplicadas pela União Europeia (UE) e EUA.

Um relatório da Global Crisis Response Group, divulgado ao fim de três meses de guerra, alerta para os impactos «sistémicos, severos e acelerados» da guerra na segurança alimentar, na energia e nas finanças do mundo, ressalvou António Guterres, secretário-geral do ONU. Ao «derramamento de sangue e sofrimento» das populações civis, acresce «uma onda sem precedentes de fome e destituição», afectando, sobretudo, as populações em situação de maior fragilidade, económica e social.

Guterres anunciou, na sessão de apresentação do relatório, a criação de duas task forces coordenadas por Rebeca Grynspan, responsável da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), e Martin Griffiths, responsável pela ajuda humanitária. Estes grupos já estão no terreno, a trabalhar com as partes envolvidas, para garantir o acesso de alimentos e fertilizantes russos e ucranianos aos mercados globais.

As partes envolvidas na limitação do acesso aos cereais foram, de resto, identificadas nessa mesma conferência: Moscovo e Kiev, em guerra; Ancara, que se tem estabelecido como mediadora na relação entre os dois estados e, claro está, os proponentes das políticas sancionatórias, Bruxelas e Washington.

União Africana à procura de «tréguas» na Rússia

Macky Sall, pre­si­dente do Se­negal e da União Afri­cana, visitou a Rússia no início do mês de Junho, procurando «con­tri­buir para uma trégua do con­flito na Ucrânia e para a li­ber­tação das re­servas de ce­reais e fer­ti­li­zantes, cujo blo­queio afecta es­pe­ci­al­mente os países afri­canos».

Em declarações proferidas no encontro, Sall denunciou a forma como as «san­ções contra a Rússia agra­varam a si­tu­ação do abas­te­ci­mento de ce­reais e fer­ti­li­zantes aos países afri­canos. (…) pro­vocando con­sequên­cias em termos da se­gu­rança ali­mentar no con­ti­nente».

A posição assumida pela União Africana expõe toda uma outra perspectiva, frequentemente ignorada pelos meios de comunicação ocidental e os responsáveis políticos da «comunidade internacional»: os UE e os EUA não podem continuar a jogar com a vida de milhões de pessoas para afectar economicamente o seu inimigo, a Rússia.

A dissonância entre os príncipios da UE e EUA e as vidas de centenas de milhões de pessoas no países em desenvolvimento ficou clara na votação que responsabilizava Moscovo pela crise humanitária: Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, da CPLP, por exemplo, optaram pela abstenção.

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