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Unesco inscreve museu argentino da memória como Património Mundial

O presidente argentino, Alberto Fernández, destacou a inclusão do Museu Sítio de Memória ESMA – onde funcionou um centro de detenção e extermínio da ditadura – na lista do Património Mundial da Unesco.

Museu de Memória ESMA, em Buenos Aires 
Museu de Memória ESMA, em Buenos Aires Créditos / Prensa Latina

O Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que se encontra reunido em Riade (Arábia Saudita), declarou esta terça-feira o Museu Sítio de Memória ESMA, em Buenos Aires, como Património da Humanidade.

Na rede social Twitter ou X, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, divulgou uma mensagem de vídeo, na qual agradece ao comité pela decisão tomada, em especial quando o seu país assinala os 40 anos do fim da ditadura civil e militar.

«A memória colectiva é o que faz com que os povos não repitam as suas histórias e permite avançar em direcção a um futuro melhor», afirmou.

Onde hoje existe a instalação museológica, na capital argentina, funcionou o centro clandestino de detenção, tortura e extermínio da Escola Mecânica da Armada (ESMA), um dos mais de 700 que existiram no país austral durante a última ditadura (1976-1983).

Pela sua condição de prova em processos judiciais por crimes contra a humanidade, ao ser recuperado, o local não foi alterado, permanecendo como foi descrito nos depoimentos dos sobreviventes no chamado Julgamento das Juntas (1985) contra as principais chefias militares daquele período e nos processos retomados a partir de 2004.

Pela ESMA passaram cerca de 5000 presos sociais e militantes políticos, trabalhadores, estudantes, profissionais e artistas, que foram sequestrados por elementos das Forças Armadas e das forças de segurança – a maior parte dos quais seria atirada viva ao mar.

Além disso, nasceram ali centenas de crianças que viriam a ser separadas das suas mães e ilegalmente apropriadas ou roubadas.

Para que ninguém, na Argentina, possa negar e esquecer o horror

«Na ESMA, expressou-se o pior do terrorismo de Estado. A Argentina desses anos sofreu a perseguição de todos os que se opunham à ditadura militar. Alguns foram perseguidos, alguns foram detidos, quase todos foram submetidos a torturas. Outros acabaram exilados, muitos foram assassinados, muitos desapareceram da face da Terra», disse o chefe de Estado.

Fernández lembrou que, por ali, passaram homens e mulheres, que depois foram atirados ao Rio da Prata nos chamados voos da morte. «Até ao dia de hoje, continuamos a procurar os seus corpos», afirmou.

Neste contexto, evocou as Mães e Avós da Praça de Maio, «procurando, com desespero, os seus filhos e netos nascidos no cativeiro».

«Foi uma luta exemplar, que encararam mulheres que nunca claudicaram e enfrentaram os ditadores mais ferozes que a Argentina recorda», enfatizou.

«Quando cumprimos 40 anos de democracia, não consigo contar-lhes a tranquilidade que sinto pelo facto de a ESMA ser um sítio de memória da Unesco, para que ninguém na Argentina possa negar ou esquecer o horror que se viveu ali», disse.

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