Milhares de trabalhadores dos serviços postais participaram, esta sexta-feira, no primeiro de dois dias de greve convocados pela estrutura sindical Communication Workers Union (CWU).
O sindicato, com 115 mil trabalhadores do sector filiados, denunciou os planos de «uberização» da Royal Mail e mobilizou os funcionários por melhores salários e condições de trabalho.
Trata-se, de acordo com a organização, da maior greve deste ano, estando previstas mais 19 ao longo dos meses de Outubro e Novembro, depois de as mais recentes negociações não terem produzido avanços, refere o periódico Morning Star.
Em declarações à imprensa, o secretário-geral do CWU, Dave Ward, disse: «Os trabalhadores deste país não aceitaram docilmente que as suas vidas sejam pioradas para benefício de alguns ricos.»
«Estamos a assistir a uma onda nacional de raiva da parte de trabalhadores que estão fartos de uma elite empresarial incompetente que quer destruir uma grande instituição, piorar as condições de trabalho e prejudicar as populações que os nossos filiados servem», acrescentou o dirigente sindical.
Ward frisou que os trabalhadores «jamais aceitarão a uberização da Royal Mail, nem os utentes, que nos apoiaram de uma forma sem precedentes nos últimos meses».
19 dias de greve «equivalem à raiva que os trabalhadores sentem»
Sobre o anúncio de mais 19 dias de greve nos próximos meses, até ao Natal, Ward disse que se tratava de um anúncio «significativo» e que «equivale ao nível de raiva que os trabalhadores sentem» pela forma como foram tratados pela empresa.
«O director-executivo do Grupo Royal Mail está a tratar os trabalhadores como se fossem estúpidos», criticou, sublinhando que foram eles que «mantiveram o país ligado e deram ao grupo um lucro recorde».
Em seu entender, os trabalhadores dos correios no Reino Unido estão a travar a batalha das suas vidas, «para salvar os seus empregos e o serviço postal que prestam a cada casa e empresa no país».
A empresa acusou o sindicato de estar a levar a cabo uma «demanda imprudente», alertando que estava a perder um milhão de libras por dia.
O CWU afirma que os patrões da Royal Mail «deixaram de ter controlo no vestiário» e que, se não se empenharem a fundo nas negociações com os representantes dos trabalhadores, a luta vai continuar.
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